Eu não estava levando nada a sério esta
história que o Mundo vai acabar neste ano, mas agora estou muito preocupado.
Afinal, justo no primeiro dia da tal “semana fatal”, o Corinthians ser campeão
mundial da maneira “tradicional” – jogando fora do país contra um adversário
europeu na final – só pode ser sinal do fim dos tempos. E mais apocalíptico que
o título mundial em si é reconhecer que o Timão passa a ser uma referência para
todos os outros clubes brasileiros. Depois da queda para Série B no final de
2007, o clube só dá alegria para a fiel torcida, conquistando todos os títulos
possíveis (desculpe-me os são-paulinos, mas Sul-americana não conta): Paulista
(2009), Copa do Brasil (2009), Campeonato Brasileiro (2011), Libertadores
(2012) e agora o Mundial. A profissionalização corintiana veio garantida por
ninguém menos que Ronaldo, sem dúvida um projeto fenomenal de marketing e
gestão. Em 2011, a eliminação para o Tolima na Pré-Libertadores foi um susto,
mas o Corinthians apostou no projeto a longo prazo e manteve Tite no comando
técnico. Com certeza, o título mundial de hoje começou neste momento.
Confiante, Tite foi dando a sua cara ao time. Com um futebol simples, mas
eficiente, o Corinthians se tornou uma equipe difícil de ser batida e hoje não foi
diferente. Impulsionado pela “invasão da Fiel no Japão”, o Timão respeitou o
Chelsea, mas, em nenhum momento se intimidou ou mudou a sua forma de jogar. O
paredão Cássio foi confiança na defesa, o meio de campo liderado por Paulinho foi
mais incansável do que nunca e o ataque foi nas trombadas e raça até o gol “Guerrero”.
O bom de o mundo acabar nesta semana é que só vamos ter que engolir a festa do “Bando
de Loucos” por uns dias...
domingo, 16 de dezembro de 2012
sábado, 24 de novembro de 2012
A Longo Prazo
É lógico que perder no
Pedrocão nunca é legal, mas ainda é muito cedo para fazer uma projeção de até
onde o Franca Basquete pode chegar neste NBB 5. Pode parecer contraditório, mas
a derrota de hoje mostra que a Capital do Basquete está no caminho certo. Explico:
a vitória do Brasília, atual tricampeão e um dos grandes favoritos da
temporada, mais de 10 anos após a conquista do primeiro título paulista de
Alex, Nezinho e Cia. é a prova de sucesso de um projeto a longo prazo. E é
justamente esta fórmula que o técnico Lula, mentor dos garotos de Ribeirão (agora
Brasília), está repetindo em Franca. Só não tenho certeza que Franca será nas
próximas temporadas tão hegemônico como Ribeirão/Brasília por dois motivos: o primeiro
é que, no início dos anos 2000, Ribeirão Preto não tinha nenhuma tradição no
basquete e a “garotada de Lula” teve tempo para amadurecer sem a pressão por
resultados. Na Capital do Basquete não sei se haverá esta paciência à espera
das grandes conquistas – nesta parte, o planejamento da diretoria e o apoio da
torcida são fundamentais. A outra diferença é que o cenário do basquete
nacional hoje é bem diferente de uma década atrás. Agora, o mercado da NBA, da
Europa e mesmo o interno estão bem mais abertos e é difícil saber até quando
Franca vai conseguir segurar, por exemplo, o pivô Lucas, cestinha da partida de
hoje com 23 pontos, além de 7 rebotes. Para a derrota de hoje se transformar em
vitória amanhã é imprescindível a manutenção de uma base. Para mim este é o
grande adversário que o Franca precisa superar para voltar ao trilho dos
títulos. Aliás, falando em projeto a longo prazo, hoje eu comecei a mostrar o
basquete francano para a minha filha Maria Clara. É claro que com um mês de
vida, minha menina dormiu o jogo inteiro, mas para colher amanhã é preciso
plantar agora. Então fica combinado: eu continuo aqui a minha missão de
angariar mais uma torcedora, a torcida francana pega leve na pressão, a equipe
continua vibrante e em evolução e a diretoria dá um jeito de fazer com que
esses garotos de hoje, que inevitavelmente se tornarão campeões amanhã, o façam
com a camisa do Franca.
domingo, 11 de novembro de 2012
Flu Campeão, Verdão...
Um jogo digno para consagrar a campanha
impecável do Fluminense. Ao abrir 2 a 0, parecia que o último passo do tricolor
carioca em busca do título seria ultra fácil, mas não foi bem assim.
Desesperado em seu calvário particular, o Palmeiras uniu suas últimas forças e
foi em busca do empate em 2 a 2. O Verdão ainda teve algumas chances de virar a
partida, mas o Flu mostrou competência de campeão. Fred, sempre ele, foi
buscar, nos últimos minutos, o gol do título. O roteiro do duelo de hoje se
inspirou no melhor estilo das epopéias gregas, em que toda grande façanha heróica
vem acompanhada de estrondosa tragédia. A lágrima de alegria da torcida do Flu
contrasta com o choro sofrido da família alviverde da qual eu me incluo. Parabéns
ao Flu pelo Tetra. Quanto ao Palmeiras, hora de recomeço. Que a
Série B (pela segunda vez) seja a lição definitiva para o Verdão aprender que as
vitórias em campo nascem de estruturas sólidas de planejamento e gestão.
domingo, 28 de outubro de 2012
A Grande Vitória
O tema de hoje não é sobre uma grande vitória
esportiva, mas sim sobre a maior vitória de todas. Esta semana tive a
oportunidade divina de me tornar pai. Desde que peguei a Maria Clara pela
primeira vez, irradio a felicidade do artilheiro que faz o gol do título, do
cestinha que faz o arremesso vitorioso no último segundo, do atleta que chega a
glória do ouro olímpico. Peço desculpas se o texto de hoje
foge da proposta do blog de retratar os esportes olímpicos, mas, de certa forma, tem tudo a ver. Afinal, a dádiva do nascimento é, de todas as partidas da vida,
a grande vitória.
Mistério Celestial que
a humanidade não consegue explicar
A vida bate à porta
trazendo amor incondicional, magnânimo
Raio de luz que transforma,
tudo se ilumina num doce olhar
Impossível não se emocionar
com a paz que irradia, encanta
A certeza de fadinha,
frágil no corpo, mas forte e leve na alma
Clara sensação de que
vale à pena buscar um mundo melhor
Literalmente nasce uma
nova pessoa também no pai e na mãe
Amor que envolve,
transborda, embala, contagia, se multiplica
Rogo obrigado a Mãe
Maria pelo sopro divino que me empresta
Anjinha com algumas
coisas pra aprender e muitas pra ensinar
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Caiu de Pé
O Franca Basquete caiu na primeira rodada dos
playoffs do Paulista, mas acredito que o balanço inicial da renovação francana
é pra lá de positivo. É lógico que ser eliminado depois de chegar ao último
quarto com 10 pontos de vantagem não pode ser comemorado. Mas, o que pode, e
deve, ser comemorado pelo torcedor francano é o fato de a equipe ter levado o
playoff para a última partida, resultado que ninguém achava possível. E mais,
chegou brigando até a última bola. A derrota de hoje do São José era muito mais
prevista e, ao mesmo tempo, foi muito menos doída do que na última temporada.
Para o NBB, o nível da competição é outro, bem mais alto. De qualquer forma, se
a base do elenco for mantido, a garotada continuar com a garra demonstrada e
vier mais um ou dois jogadores para serem referência do time, acredito que o caminho
das grandes conquistas está mais perto da Capital do Basquete do que se podia
imaginar no início deste projeto de reformulação.
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
Sem Problemas, Apenas Desafios
Nada simboliza melhor o lema esportivo do “importante
é competir” do que as Paraolímpiadas. A conquista não se restringe à medalha. A
vitória nasce no momento em que cada atleta decidiu ver a diferença física como
uma característica e não como um obstáculo. Para esses atletas, o esporte é
muito mais do que um exercício físico. É um objetivo pelo qual vale a pena
acordar todos os dias. Assistir a uma prova paraolímpica é uma nova
oportunidade para abandonarmos a velha prática de reclamar da vida. É a chance
de lembrarmos que não existem problemas e sim desafios. E é justamente o sonho
de transformar um desafio numa medalha olímpica que move milhares de atletas.
Todo atleta paraolímpico já é um vencedor, mas eles querem mais. Sabem que a
medalha olímpica é a certeza de que anos de sacrifícios foram recompensados. Foi
assim com o italiano Alessandro Zanardi. Ex-piloto de F-1 e bicampeão da Indy
(97 e 98), Zanardi sofreu um grave acidente em 2001. Mesmo com as duas pernas amputadas,
o italiano não ficou longe das competições. Veio para o ciclismo paraolímpico e
sai de Londres com dois ouros (contrarrelógio e estrada). Após as conquistas, Zanardi
deu um depoimento que vai muito além de uma simples entrevista: “Sem o esporte
eu não sei viver. Tive tanto na vida e continuo a ter. Só tenho a agradecer.” Trajetória
semelhante de superação tem o gaúcho Jovane Guissone. Durante um assalto, a
bala que poderia ser o fim, foi o recomeço. Cadeirante, Guissone se reinventou
e agora é ouro olímpico na esgrima. Assim como Zanardi, o brasileiro dá o seu
recado: “Não somos coitados, somos pessoas como as outras.” Desculpa Jovane,
mas não posso concordar. Vocês não são pessoas como as outras, são campeões
olímpicos! Praticamente apenas o mito Michael Phelps pode se comparar com o
brasileiro Daniel Dias, dono de 15 medalhas olímpicas, sendo seis ouros só
nas Paraolímpiadas de Londres. Aliás, se
a meta brasileira para o Rio-2016 é terminar entre as dez potências olímpicas,
nas Paraolimpíadas isto já é uma realidade. O Brasil encerrou em sétimo lugar com 21 ouros, 14 pratas e 8 bronzes. É hora de olhar com mais carinho e
mais respeito para esses brasileiros, show de perseverança em Londres.
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Alegria brasileira+Frieza russa=Título USOpen
Num campeonato de tênis, todos os holofotes
ficam focados nas disputas de simples. Mas num Grand Slam – o “quarteto
fantástico” que reúne o Australian Open,
Roland Garros, Wimbledon e US Open – existe uma série de disputas paralelas. E
foi justamente neste cenário, um pouco menos badalado, mas nem por isso menos
charmoso, que o Brasil fez história em New York. Ao lado da russa Ekaterina
Makarova, Bruno Soares sagrou-se campeão do US Open em dupla mista. Como
legítimo mineiro, Bruno foi avançando silenciosamente, desbancando os favoritos
até a vitória final. Dizem que New York não pára, mas, hoje, por alguns
instantes, todos pararam para aplaudir Bruno e Makarova. É o retorno do Brasil
ao topo de um Grand Slam, 11 anos após a última conquista de Guga em Roland
Garros. A dupla está de parabéns e espero que eles se reencontrem em outros
campeonatos. Afinal, alegria brasileira mais frieza russa é igual a título de
Grand Slam.
domingo, 12 de agosto de 2012
Obrigado Yane, Brasil e Internautas
No último pódio de Londres, o Brasil marcou a
presença com Yane Marques, numa inédita medalha no Pentatlo Moderno. É como se
fosse um símbolo de que as Olimpíadas terminam hoje na Inglaterra, mas a bandeira
brasileira segue hasteada, sinalizando os quatro anos de muito trabalho até os
Jogos do Rio. Mas, voltando à conquista da Yane, o Pentatlo, como o próprio
nome já diz, não é um esporte em si, mas um conjunto de cinco modalidades:
esgrima, natação, hipismo, tiro e atletismo. Versátil e regular, Yane sempre
esteve na briga por medalhas. O bronze da pernambucana foi a 17ª medalha do
Brasil (3 ouros, 5 pratas e 9 bronzes).
No fim, não acertei nem o total de medalhas (tinha apostado 15), muito
menos o número de ouros brasileiros (acreditava em seis). Se não atingimos os
cinco ouros de Atenas, por outro lado conquistamos o maior número de medalhas
numa única edição, fato que tem que ser muito comemorado. Obrigado a todos os atletas brasileiros, medalhados ou não, que foram lá e fizeram o seu melhor. A parte ruim é que as
competições em Londres acabaram. Eu sempre fico meio chateado no último dia de
cada Olimpíada, mas a medalha na última prova deu um tom alegre nesta despedida.
Obrigado Yane por tudo, inclusive por ter amenizado a minha saudade olímpica.
Agradeço também a todos que acompanharam meus “textos olímpicos”. O blog teve
um recorde de acessos neste período. As Olimpíadas de Londres acabou, mas eu
continuo por aqui, sempre de olho nos grandes momentos esportivos. E, daqui a quatro
anos, vem o Rio. Haja coração....
Ah, a Rússia
Agora que acabamos com o fantasma russo no
vôlei feminino, surgem os gigantes do masculino para assombrar. Apesar de ter
vencido os dois primeiros sets, não dá para dizer que houve apagão do Brasil na
virada da Rússia. Se houve alguma falha foi no final do terceiro set, quando
chegamos a ter dois match points, mas acho que foi muito mais os russos que
seguraram a pressão – no feminino, nossas meninas aguentaram seis vezes. A
verdade é que a Rússia renasceu com uma alteração tática e surpreendeu
completamente nossa equipe. O gigante Muserskiy, com 2,18m, foi deslocado de
central para oposto e marcou 26 pontos, o que dá mais de um set só para ele.
Enfim, a forma como foi a derrota no final dói, mas se analisar a temporada
como um todo, essa prata da turma do Bernardinho tem que ser muito comemorada.
Com problemas de lesão e com um revés na Liga Mundial, muitos diziam que o
Brasil estava fora da briga por medalhas. Mas repito o mantra que já escrevi em
outros textos: nunca subestime um campeão olímpico. Na terceira final olímpica
seguida, com um ouro e duas pratas, só cabe um adjetivo à “família Bernardinho”:
vencedor.
sábado, 11 de agosto de 2012
Espetacular
Eu acompanho as Olimpíadas desde que me
conheço por gente e não me lembro de uma trajetória tão espetacular como a das
nossas meninas do vôlei. Não foi uma campanha invicta e inquestionável e é
justamente aí que está o diferencial deste grupo. Por várias vezes estiveram
por um triz da eliminação, mas nunca desistiram, nem quando o adversário era o
franco favorito, como foi contra a Rússia e os EUA. O exemplo de superação, de
dar a volta por cima, de nunca desistir é que traz ao ouro de hoje um sabor
especial. Quando começou as Olimpíadas, eu tinha uma meta para o blog: escrever
um texto para cada medalhista brasileiro e, no caso de um ouro, escrever um
acróstico (poema em que a primeira linha de cada verso forma um nome). Caso
este ouro fosse de um esporte coletivo, a idéia era fazer o acróstico com o
nome da modalidade, por exemplo, vôlei feminino. Agora, depois de tudo que esse
grupo fez em Londres, achei que o mínimo que eu poderia fazer era citar o nome
delas no poema. E lógico que o Zé Roberto, o primeiro tricampeão olímpico do
Brasil não poderia estar de fora.
Algumas coisas só
acontecem
Dentro do universo
olímpico
Eu já vi vitórias
inesperadas
Nada parecido com a de
hoje
Indescritível virada
da vida
Zeus tem orgulho das
nossas
Inigualáveis
guerreiras do vôlei
Apostaram em nunca
desistir
De uma 1ª fase
irreconhecível
Atropeladas por EUA e
Coréia
Não parecia que era possível
Insistir no sonho do
bi olímpico
Foi por pouco que não
demos
Adeus ainda na etapa
inicial
Brasil necessitava de
uma
Improvável combinação
para
Avançar as
quartas-de-final
Num exemplo de
esportividade
As americanas não ‘entregaram’
Foi aí que tudo
começou a mudar
A vitória contra a
Sérvia trouxe
Bravura, alegria e
muita energia
Inspiradas, seguimos adiante
Felizes novamente em
quadra
Encaramos as temidas
russas
Rivais entaladas na
garganta
Não tem como esquecer
Atenas
Ainda mais depois das
derrotas
Nas finais dos últimos
mundiais
Desta vez tinha que
ser diferente
Assim foi o momento do
ápice
Ganhando desde o
início do jogo
A vitória russa
parecia inevitável
Raça verde-amarela
para virar
Após defender seis
match-points
Yes, o dia de lavar a
alma chegou
Japão era o adversário
da semi
A disciplina oriental
era o desafio
Qualquer deslize
poderia ser fatal
Uma apresentação sensacional
E a vaga na final estava
garantida
Lá a tarefa era muito
mais difícil
Inquestionável
favoritismo dos EUA
No primeiro set, um
grande susto
Era o fim desta
história tão bonita?
Não seria justo com
nossas meninas
A caminhada épica da
volta por cima
Tinha que ser coroada
com o topo
Aos poucos equilibramos
a partida
Levantamentos e
ataques perfeitos
Implacáveis na defesa
e no bloqueio
Até o último ponto da
consagração
Parece que essa
medalha de ouro
Alcança uma dimensão
mágica
Uma conquista que passa
qualquer
Limite do esporte num
tom heróico
Ao mesmo tempo que é tão
humano
Show de um grupo que
renasceu
Hora de orar para
agradecer por tudo
E dá-lhe cambalhotas
das campeãs
Inesquecível a
felicidade no pódio
Leveza e a dança do
dever cumprido
Lá estavam as nossas 12
guerreiras
A primeira era Jaque,
estrela da final
Thaisa é vibração e garra
na rede
A Sheilla contra a
Rússia foi demais
Não existe bola perdida
para a Fabi
Dani foi a maestra
perfeita da equipe
A liderança coube à
capitã Fabiana
Ritmo nas mãos de
Fernandinha
Adenizia foi raça quando
entrou
Tandara é aposta para
o Rio-2016
Homenagens à supermãe
Paula
A vaga de Natalia foi
na superação
Impossível não lembrar de Fer Garay
Sassá, Juciely, Brait,
Fabíola e Mari
A medalha tem um pouco
de vocês
Zé Roberto não pode
faltar na lista
É ele o pai de três
ouros olímpicos
Família Falcão
Nestas Olimpíadas, o Brasil conheceu a
família Falcão. Os irmãos Esquiva e Yamaguchi escreveram seu nome na história
olímpica ao conquistarem, respectivamente, prata (o ouro não veio por um ponto)
e bronze. Filho de Touro Moreno, o sucesso dos irmãos não poderia vir em outro
esporte que não fosse o boxe. Aliás, as três medalhas da modalidade, junto com
as quatro do judô, significa quase a metade das 16 medalhas conquistadas pelo
Brasil em Londres. Vitória de atletas que converteram a luta do dia-a-dia em
medalhas olímpicas.
E o Tabu Continua
O futebol brasileiro continua sendo o único
pentacampeão, mas a prateleira de títulos vai continuar, pelo menos por mais
quatro anos, sem a sonhada medalha de ouro olímpica. Nossa equipe vinha jogando
bem, apostando na crescente de Damião, na maestria de Oscar e na irreverência
de Neymar. Mas o México tinha Peralta, que precisou de apenas 30 segundos para
pulverizar a nossa confiança. Atrás no placar desde o início, não conseguimos
mostrar poder de reação e o segundo gol, novamente de Peralta, mostrou que não
seria no lendário Wembley que viria nosso inédito ouro. Hulk ainda trouxe um
fio de esperança, Oscar teve uma última chance, mas já era tarde. A verdade é
que até o Corinthians conseguiu neste ano acabar com o jejum de títulos da
Libertadores. Mas quando chegou a vez da seleção olímpica, ela até que chegou
bem perto, mas o tabu continua. Quem sabe o fato de a próxima tentativa ser no
Rio de Janeiro não facilita para concretizar o tão esperado ouro olímpico. Até
lá, ficamos com a prata com gostinho de quero mais.
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Torcida pelo Triplo Ouro
O Brasil aparece, no momento, com 12 medalhas
(2 ouros) no quadro geral de medalhas, porém mais 4 estão garantidas. Este
total nos leva, pela primeira vez na história olímpica, a 16 medalhas,
ultrapassando as 15 conquistas de Atlanta-96 e Pequim-08. Se o recorde em
quantidade já está garantido ainda nos falta, em qualidade, três medalhas de
ouro para igualar a campanha de Atenas-04. A nossa busca tripla pela conquista
dourada é difícil, mas não impossível. Neste sábado, estamos em três finais:
que o futebol conquiste o único título que falta na galeria vencedora; que o
Esquiva Falcão traga o inédito ouro no boxe e que nossas meninas surpreendam as
favoritas norte-americanas no vôlei. Para fechar com chave, ou melhor, com
medalha de ouro, temos no domingo os nossos garotos medindo força contra a
Rússia na final do vôlei – acho que a turma do Bernardinho leva essa, mas não
achem que vai ser fácil como os 3 sets a 0 da primeira rodada. Fora estas
quatro medalhas garantidas, ainda temos chance de pódio no taekwondo feminino,
maratona masculina e pentatlo moderno, Já estou no clima de saudade das
Olimpíadas, mas ainda tem um último final de semana cheio de emoções. Racionalmente
apostaria, neste momento, que o Brasil vai encerrar com quatro ouros. Porém,
como o esporte não é feito só de lógica, vou torcer até o fim para que
repitamos a façanha dourada de Atenas. E você, acha que vamos conseguir?
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Sina da Prata
É lógico que Emanuel e Alison terão muito
orgulho da prata olímpica conquistada, mas só a partir de amanhã. Hoje, a
sensação que predomina é a dor pelo ouro perdido. Não tem jeito, esta é a sina
da prata. Definitivamente ela está acima do bronze, mas a sensação imediata é
de menos. Isto porque o bronze nasce de uma vitória. Já a prata traz a dor de
uma derrota. Para resolver isso, só o tempo. Logo mais, Alison e Emanuel terão
muito orgulho de contar para todos que estavam lá na final olímpica lutando até
o último minuto. Parabéns.
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Baiana Arretada
Não acho que o boxe é o esporte que melhor
representa o espírito olímpico, mas não estou aqui para falar da modalidade e
sim de atletas. Na verdade uma atleta, a baiana arretada Adriana Araújo, bronze
verde-amarelo na estréia do boxe feminino nas Olimpíadas. Não acompanho o boxe
de perto, mas imagino o longo percurso que Adriana caminhou até subir no pódio
de Londres. A disputa no ringue é só uma parte da luta. Por trás das luvas, com
certeza estão anos de sacrifício em busca de um sonho. O suor se transforma em
lágrimas e Adriana coloca o nome do Brasil no seletíssimo grupo das primeiras
medalhistas da história do boxe olímpico. Golpe perfeito da baiana arretada.
Nunca Desistir
Juliana e Larissa saíram visivelmente
decepcionadas ao perderem ontem na semifinal para as norte-americanas April e
Jennifer. Mais do que ficar fora da briga do ouro, foi a derrota de virada que
baqueou a nossa dupla. Se a final já não era mais possível, ainda tinha uma
honrosa disputa pela medalha de bronze, tudo em menos de 24 horas. Como
cicatrizar todas as feridas em tão pouco tempo? Parecia impossível. No início
da disputa do bronze, nossas meninas ainda estavam atordoadas. As chinesas Xi e
Xue venceram o primeiro set por dez pontos e abriram três pontos no momento
decisivo do segundo set. Mas aí, Juliana e Larissa mostraram porque formam a
melhor dupla feminina do momento. Já não tinha mais técnica, tão pouco qualquer
tipo de dor. Foi emocionante ver nossas meninas renascendo na areia, buscando a
última gota de energia. Vitória que veio de dentro, do coração. Se hoje o que estava em jogo era a medalha de
bronze, isso é o que menos importa. O que ficou foi o exemplo de nunca desistir. Juliana e
Larissa estão de parabéns.
Dito e Feito
Eu já dei o recado no texto de ontem (“Pra
Lavar a Alma”): nunca subestime um campeão olímpico. Se essa equipe for a
Argentina, aí a atenção tem que ser triplicada. Para complicar ainda mais, os
jogadores argentinos se sentem em casa na terceira participação seguida em alto
nível. Já o Brasil ficou fora da festa principal por 16 anos e, naturalmente, precisava
de uma maior adaptação. Por tudo isso, sempre deixei claro que não gostaria de enfrentar
a Argentina nas quartas de final de jeito nenhum. Os Hermanos podem já não ter
o mesmo ritmo do ouro em Atenas-2004, mas contam com experiência, técnica,
tática, raça, catimba e, por que não, sorte. A questão do jogo em si não tem
como comentar, já que não assisti a partida inteira. O que eu sei é que o
Brasil começou bem, voltou a ter os seus apagões, a Argentina abriu 15 pontos,
conseguimos voltar, mas na hora H faltou o algo mais. Sei lá se contra a França
o resultado seria diferente. O fato é que a Espanha avançou para a briga por
medalhas e nós ficamos pelo caminho. Não quero resumir tudo à polêmica última
partida da primeira fase – o que está feito está feito. A verdade é que o
Magnano, como grande estrategista que é, sempre falou que o foco do Brasil era
para 2016. O objetivo para Londres era voltar às Olimpíadas. É que retornamos
tão bem, que começamos a sonhar com a medalha e, realmente tínhamos chances
reais. Mas o esporte é assim mesmo, vitórias e derrotas se alternam. Ontem,
nossas meninas conseguiram dar o tão esperado “chega pra lá” nas russas. No
basquete ainda não foi a hora. Mais uma vez temos que engolir, a seco,
Ginóbili, Scola, Delfino e Cia. A dor só não é maior porque o vôlei masculino
deu o troco em cima dos Hermanos.
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Pra Lavar a Alma
Hoje o Brasil viveu a mesma situação duas
vezes, indo da tristeza para a alegria em questão de horas. No handebol
feminino, nossas meninas fizeram uma campanha fantástica, terminando em
primeiro lugar na primeira fase. Esta colocação garantiria enfrentar o quarto
colocado do outro grupo, o que teoricamente seria o adversário mais fácil
possível. Só na teoria. O que se viu em quadra foi a Noruega, atual campeão
olímpica e mundial, querendo manter a sua hegemonia. Nossas meninas se
esforçaram muito, chegaram a ficar na frente na maior parte do tempo, mas, no
final, a frieza das norueguesas prevaleceu. O objetivo principal é sempre a
medalha, mas nossas garotas tem que se orgulhar muito de tudo o que fizeram. Nunca
ouvi falar tanto de handebol como nos últimos dias. Em seguida, veio o jogo do
vôlei feminino e aí era o contrário. A Rússia vinha voando baixo, invicta e
líder absoluta da chave. Já o Brasil veio no sufoco, garantindo a quarta e
última vaga só no último jogo. Favoritismo total das russas, mas novamente só
na teoria. O equilíbrio psicológico que faltou antes, hoje esteve de
verde-amarelo o tempo todo. O Brasil já foi campeão olímpico, mas ainda faltava
no currículo uma vitória maiúscula contra as russas, vilãs na fatídica
semifinal em Atenas-2004 (aquele 24 a 19 para nós no 4º set nunca vai sair da
cabeça) e nas duas últimas finais de Mundial. Hoje tinha que ser diferente. E
foi lá, após salvar seis match-points, que o Brasil foi buscar uma daquelas vitórias
que mostra todas as dimensões olímpicas. Fôlego renovado para entrar com tudo
na briga por medalhas. As norueguesas no handebol e nossas meninas no vôlei deixaram
um recado bem claro: nunca duvide de um campeão olímpico! Se eu fosse um
pouquinho mais flexível, eu acompanhava o Zé Roberto no peixinho. Se fosse um
pouquinho mais extrovertido, eu dava um grito daqueles. Como não sou nenhuma
coisa, nem outra, escrevo emocionado, de alma lavada.
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Agora o Bicho Vai Pegar
Num jogo repleto de especulações, o Brasil não
quis saber de conversa. Foi lá, venceu a Espanha na última rodada da primeira
fase do basquete olímpico por 88 a 82, avançando em segundo lugar do grupo. Não
sei se a Espanha “entregou” a partida para fugir dos EUA numa eventual
semifinal – nós também tínhamos esta opção. A verdade é que se os espanhóis
fizeram algo do tipo, eu não os condeno. Não concordo muito com esse moralismo
ortodoxo. Eu acho que nenhum atleta deve “programar” um resultado, quando isso
significa prejudicar ou beneficiar um adversário. Isto está totalmente fora dos
princípios esportivos, sobretudo dos olímpicos. Agora, a questão de apostar num
resultado que interfere basicamente no futuro do próprio atleta ou da equipe
envolvida, eu vejo como uma questão de estratégia. Na verdade, não é que
ninguém vai entrar para perder, mas passa pela motivação. Toda vez que um
atleta está em ação, ele busca, antes de tudo, o melhor resultado para ele,
99,9% das vezes isso significa ir atrás da vitória até o fim. Mas se, de
repente por algum regulamento inesperado, o não ganhar significa o melhor
resultado, qual o problema? Para mim nenhum. Em 2010 criticaram, e muito, o
Bernardinho por “entregar” um jogo na primeira fase, mas a verdade é que o
Brasil sagrou-se campeão. Enfim, voltando à polêmica do dia, eu gostaria que, “entregando”
ou não, o Brasil tivesse perdido. E não é pela questão de enfrentar os EUA numa
eventual semifinal, mas sim por escapar da Argentina nas quartas-de-final, em
duelo que uma derrota significa ficar de fora da briga por medalhas. Os hermanos
podem não estar na mesma forma do ouro de Atenas-2004, perderam duas vezes na
primeira fase, mas, contra o Brasil é sempre outra história. Foi na base da
motivação que, na mesma fase no Mundial de 2010, nós ficamos pelo caminho e os
argentinos avançaram. Neste jogo chave de quarta-feira, eu acho que a pressão
psicológica contra a França seria menor. Enfim, os cruzamentos já estão definidos
e não tem o que escolher. A verdade é que “agora o bicho vai pegar”. Só espero
que a Tropa de Elite na quarta-feira vista verde-amarelo!
Argolas de Ouro
Desde 2004, o Brasil sonha com a primeira
medalha olímpica na ginástica artística. Demorou, mas quando veio já foi logo
um ouro, numa indescritível surpresa de Arthur Zanetti. O triunfo de hoje é justa
homenagem ao esforço dos irmãos Hypolito, de Daiane dos Santos, de Jade Barbosa
e de tantos outros ginastas e treinadores, que fizeram o seu melhor para esse
salto de qualidade da ginástica brasileira. Se até então, o Brasil olhava
principalmente para a disputa do solo, agora é a vez de olhar um pouco mais
para cima até encontrar um par de argolas. É lá que Zanetti vale ouro!.
Argolas suspensas em
desafio
Raça, equilíbrio e
versatilidade
Técnica apurada e
sangue frio
Homens-elásticos em
disputa
Um deslize não tem
mais volta
Resistência para
superar todos
Zanetti não era o favorito
olímpico
Azar de quem
subestimou Arthur
Nada intimidou o jovem
brasileiro
Espetacular
apresentação sem erro
Tantos anos de esforço
e sacrifício
Tudo compensado em
Londres com
Inédito ouro na
ginástica do Brasil
domingo, 5 de agosto de 2012
Raio Bolt
Não é a primeira vez que os 100m, a prova mais charmosa do atletismo, tem
um bicampeão olímpico – o “filho do vento” Carl Lewis foi o mais veloz em Los
Angeles-1984 e Seul-1988. Mesmo sem o ineditismo, o que encanta o mundo é a
forma como Usain Bolt chegou a essa façanha. Quando todos os seus adversários
estão visivelmente tentando ultrapassar o limite humano, Bolt passeia na pista.
Vendo Bolt correr, eu sempre tenho a impressão de que ele nem cansa. O corpo de
Bolt parece não ser feito das mesmas fibras e músculos humanos. É verdade que
na etapa final de preparação para Londres, Bolt não obteve resultados tão
consistentes e, tão rápido como o jamaicano, começaram as especulações: Bolt é
isto, Bolt é aquilo. Realmente. Bolt é isto, é aquilo e muito mais. Para
definir Bolt é preciso buscar na memória todos os superlativos que você
conheça. Mas seja rápido. Pois se você demorar mais que 9s63, Bolt não estará
mais por perto para ouvir seu elogio. Que o tempo é relativo todo mundo já
sabe, mas para Bolt é tudo muitíssimo mais rápido. Não é à toa que o jamaicano
fez do raio o seu símbolo.
Vencedor
Robert Scheidt e Bruno Prada chegaram à
regata decisiva com a medalha olímpica garantida, faltando apenas definir a
posição do pódio. A conquista do ouro dependia de uma combinação improvável de resultados.
Por outro lado, os quatro pontos a frente dos suecos indicavam uma posição confortável
na disputa da prata. Scheidt e Prada entraram hoje para velejar com um dilema:
administrar a prata ou ir para o tudo ou nada em busca do ouro. Eu não entendo
nada de iatismo, mas ficou bem claro que os brasileiros optaram por arriscar.
Tentaram caminhos alternativos, apostaram em uma virada inesperada na direção
dos ventos. As apostas não deram certo e, por fim, ficamos com o bronze. O ouro
não veio e, de certa forma, acabaram deixando escapar a prata, mas Scheidt e
Prada estão de parabéns. Tenho ouvido tanto a velha história que os atletas
brasileiros “amarelam” no final. E agora, ninguém vai falar do arrojo da nossa
dupla? Criticar o Prada já é sacanagem, agora falar alguma coisa do Scheidt é
uma heresia. Com o honroso bronze de hoje, Scheidt chegou à quinta medalha
olímpica, tornando-se o maior medalhista brasileiro de todos os tempos – o iatista
Torben Grael também tem cinco medalhas, mas um prata a menos. E o mais
impressionante é que Scheidt continua em plena forma, pronto para novas
conquistas. O problema que, justamente no Rio-2016, a Star, atual classe de
Scheidt, não está prevista no programa olímpico. Não sei ainda o que vai
acontecer, mas tenho certeza de que Scheidt vai dar um jeito de estar presente
no Rio. Mas agora não é hora de falar do futuro, voltemos ao presente. Um
brasileiro ganhar uma medalha olímpica é um feito. Duas, um espetáculo. Três,
memorável. Quatro, inexplicável. Cinco, façanha atingida apenas por dois heróis
brasileiros. Cinco, sendo dois ouros, duas pratas e um bronze não tem
adjetivos, mas sim um sujeito simples e vencedor: Robert Scheidt.
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Recomeço
Decididamente este é um
texto que eu não gostaria de escrever. O Brasil todo aguardava com muita
expectativa a prova dos 50m livre, em que tínhamos chances reais de uma dupla
medalha com César Cielo e Bruno Fratus. Infelizmente o resultado não foi o
esperado, mas não é hora de buscar culpados. Eu sempre admirei - e continuo admirando - o Cielo pela
frieza em alcançar uma meta traçada, independentemente dos desafios externos.
Porém, acho que, desta vez, houve exagero no foco. O que era para ser motivação, virou
pressão, o olímpico se transformou em paranóico e aí as coisas saíram do
controle. O mágico do esporte é que, assim como na vida, sempre é tempo de
recomeçar. E vamos combinar que essa retomada não começa do zero, muito pelo
contrário. Cielo sai com um bronze olímpico no peito, prova de que existe um
sólido alicerce vencedor. Agora é momento de muita calma e de transmitir todo o
carinho ao nosso campeão. Ninguém precisa cobrar nada de Cielo, porque ele
já faz isso por conta própria. Quem também não conseguiu a medalha esperada foi o
Fratus, mas tenho certeza que ele saiu de cabeça erguida da piscina, após ter
feito o melhor tempo da sua vida. E só perseverar por esse caminho que, é
questão de tempo, para as grandes conquistas surgirem. Recomeço bem mais complicado
terão as meninas do basquete, eliminadas ainda na primeira fase, e as garotas
do futebol, também fora da briga por medalhas. O que dói não é a derrota em si,
mas a forma desorganizada e apática demonstrada em quadra e no gramado. O Brasil sempre se destacou no cenário esportivo internacional pela
irreverência. Que o recomeço de Cielo e das nossas meninas do basquete e do
futebol passe por muita leveza e alegria.
Orgulho total
O judô do Brasil está de
parabéns. O gigante Rafael Silva fechou a nossa participação nos tatames
londrinos da mesma forma que o batalhador Felipe Kitadai abriu: com uma honrosa
medalha de bronze. Por pouco, a conquista verde-amarela de hoje também não se
repetiu com Maria Suellen Altheman. Pena que a brasileira enfrentou na disputa
da medalha a verdadeira “Muralha da China”, Wen Tong, simplesmente heptacampeã mundial. Mas voltando ao Rafael, nosso judoca mostrou muita estratégia e sangue
frio – quem disse que os nossos atletas não sabem trabalhar bem sob pressão –
até conquistar o seu merecido lugar no pódio. O judô do Brasil fechou a conta
em Londres com um ouro e três bronzes. E além desse recorde, o que chama mais
atenção é que a nossa equipe é muito jovem, com muitos atletas com pouco mais
de 20 anos. Ou seja, o que já foi excelente neste ciclo olímpico tem tudo para
continuar e ser ainda mais impecável no Rio de Janeiro. Valeu a pena madrugar esta semana
para ver a participação dos nossos judocas desde as primeiras lutas. Mesmo os
que não conseguiram medalha, suaram muito no tatame mostrando que, antes de
qualquer coisa, o importante é fazer o seu melhor. E por isso todos são
vitoriosos, super bem representados pelas medalhas de Sarah, Mayra, Felipe e
Rafael. Orgulho total!
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Façanha Olímpica
Michael Phelps tornou-se nesta
semana o maior medalhista das Olimpíadas, incluindo até o período das
competições na Grécia Antiga. Apesar da façanha ter sido conquistada na última
terça-feira, Phelps não se acomodou e continuou perseguindo o seu primeiro ouro
individual em Londres. Agora, não falta nada. Hoje, o norte-americano deu um show nos 200m medley –
o nosso Thiago Pereira cansou no final e não conseguiu repetir o pódio dos 400m
medley –, desbancando o rival Ryan Lochte e voltou ao topo. Chegou ao 16º ouro
olímpico e, de quebra, tornou-se o primeiro tricampeão olímpico em uma prova da
natação. Assim é a vida de Phelps: vitória atrás de vitória, recorde atrás de
recorde, triunfo atrás de triunfo. A verdade é que Phelps chegou aonde nenhum
homem e nenhuma outra mulher chegou e dificilmente alguém voltará a chegar. Por
tudo que ele representa, seria ótimo se ele encarnasse um pouco mais o espírito
olímpico, sendo um pouco mais humilde e simpático. Seja como for, você pode até
não gostar de Michael Phelps, mas é impossível não respeitar Michael Phelps.
Vale Ouro
Quem não acompanha de perto
o judô, talvez não tenha entendido a dimensão que envolve um confronto entre a
nossa Mayra Aguiar e a norte-americana Kayla Harrison. Após dez confrontos
(infelizmente atualizados agora para 6 a 4 a favor de Kayla), as duas criaram
uma rivalidade tipo Brasil x Argentina, Federer x Nadal, Senna e Prost (a F-1
não me parece adequado ao contexto olímpico, mas, modalidade a parte, o exemplo
é bem significativo para mostrar o nível de competição a que se pode chegar).
Enfim, o que eu quero dizer é que o embate entre Mayra e Kayla é disputado num
nível técnico tão alto que pode existir um ganhador, mas não um perdedor. O
confronto entre as duas judocas merecia ter como palco a final olímpica, mas
quis o destino dos cruzamentos que o duelo fosse na semifinal. Mayra perdeu
hoje, assim como já venceu a norte-americana ontem e com certeza voltará a
ganhar amanhã. É lógico que todo atleta quer o ouro e eu não estou querendo
aqui minimizar a façanha de Kayla. Mas, para mim, o que menos importa é a cor
da medalha conquistada por Mayra. A vontade que essa gaúcha demonstrou hoje no
tatame, inclusive superando uma contusão no braço na luta final, vale ouro. E o
bom de tudo isso é que a nossa revelação tem apenas 21 anos, tempo suficiente
para colecionar muitas outras medalhas, incluindo diversas douradas.
terça-feira, 31 de julho de 2012
Falsa Impressão
Depois da façanha do primeiro dia
com um ouro, uma prata e o bronze, a torcida brasileira ficou com a falsa
impressão de que seria fácil a caminhada do Brasil em Londres. Olimpíadas não
funcionam assim. É muito bom ver nossos atletas com chances reais de medalha em
diversas modalidades, mas continuo repetindo: nenhum brasileiro tem a obrigação
de voltar com uma medalha no peito. Mesmo com todo esse entendimento do cenário
olímpico, em que a regra geral é voltar sem a medalha, é lógico que algumas
derrotas são muito sofridas. O importante é que, passado a dor inicial, o nosso
atleta levante a cabeça e tenha o orgulho de ter feito o melhor. É o caso do
ginasta Diego Hypólito, que na sua segunda e provavelmente última tentativa de
conquistar uma medalha, acabou não alcançando o seu objetivo. Só ele sabe todo
o sacrifício que passou até aqui, mas quando ele estiver com a cabeça mais
fria, espero que ele não volte a classificar a sua experiência olímpica como um
fracasso. Ele realmente não foi bem em Londres e Pequim, mas um campeão mundial jamais será um fracassado. A desclassificação de Rafaela Silva
também machucou. Uma coisa é o atleta cair de pé. A outra é ser eliminada da
competição por uma punição inesperada. Ela vai ficar martelando esse momento
por algum tempo até como forma de aprendizado, mas é bom lembrar que a judoca da Cidade de Deus tem apenas 20
anos e um universo de oportunidades. Talvez a medalha que não chegou agora na
Inglaterra esteja guardada para vir daqui quatro anos com todo o sabor especial
de uma vitória no Rio de Janeiro. Quem também deve estar perguntando o que
faltou é o judoca Leandro Guilheiro, que chegou voando em Londres, como
primeiro do ranking e vindo de conquista de medalha em todas as competições que
participou neste ciclo olímpico. Eu respondo o que faltou: nada. No judô, em
que tudo acontece num dia, um detalhe já é suficiente. O mesmo detalhe que já
lhe rendeu duas medalhas, inclusive quando se recuperava de contusão, desta vez
não vestiu verde-amarelo. Simples assim. O importante é que Leandro continua um
guerreiro. Nesta mesma linha, já fica o recado
para os próximos dias. César Cielo não é favorito a ganhar uma medalha nos 100m
livre. Se chegar no pódio é porque realmente Cesão é um fenômeno das águas.
sábado, 28 de julho de 2012
Impressionante
A imprevisibilidade do esporte é algo
realmente apaixonante. Todo mundo sabe da saga que Thiago Pereira percorreu
para conseguir transformar todo o seu potencial numa medalha olímpica. O mais
engraçado é que o alvo, que era quase uma obsessão, foi conquistado justamente
na hora que nem ele esperava. Talvez esteja aí o segredo. Na hora que Thiago
relaxou, neutralizou a autocobrança, o resultado veio. Thiago chegou a Londres
com um objetivo bem claro: concentrar todas as suas forças nos 200m medley,
prova que é sua especialidade. A prova dos 400m medley, logo no primeiro dia das
Olimpíadas, iria ser utilizada apenas para ganhar ritmo de competição. E assim,
Thiago caiu na piscina. Até a metade da prova, nosso nadador não estava nem
perto da briga no pódio, apenas fazendo o “treinamento de luxo” que havia
programado. Descompromissado, veio o nado peito e uma virada inacreditável. Thiago
foi simplesmente avançando, deixando para trás ninguém menos que o multicampeão
Michael Phelps. No nado livre, Thiago continuou na sua batida vitoriosa até a
última braçada. Na prova que o norte-americano Ryan Lotche está sobrando, a
prata de Thiago tem sabor de ouro. A medalha demorou a chegar, mas veio de
maneira inesquecível, mais do que merecida. E o melhor é que ainda tem os 200m
medley. Que surja na piscina londrina um Thiago tão relaxado quanto o de hoje,
simplesmente impressionante.
Salve Sarah
Saiu do Piauí para
Londres com um sonho
Acreditava no que parecia impossível
Raça, suor e perseverança no tatame
A Olimpíada era a chance que buscava
Hora do mundo conhecer a força de Sarah
Na final, o desafio contra a atual campeã
E daí, hoje era dia da pequenina brazuca
Zeus abre a porta do Olimpo para Sarah
Espetacular inédito ouro de nossa judoca
Sonho de uma nação vira doce realidade
Acreditava no que parecia impossível
Raça, suor e perseverança no tatame
A Olimpíada era a chance que buscava
Hora do mundo conhecer a força de Sarah
Mulher sem medo de adversidades
Eliminou uma a uma
suas concorrentesNa final, o desafio contra a atual campeã
E daí, hoje era dia da pequenina brazuca
Zeus abre a porta do Olimpo para Sarah
Espetacular inédito ouro de nossa judoca
Sonho de uma nação vira doce realidade
Só Pra Começar
As Olimpíadas seguem sempre um ritual de
expectativa: quando sairá a primeira medalha do Brasil? E o primeiro ouro
então? Desta vez, nossos guerreiros brazucas não quiseram deixar muito tempo
para especulação e já foram dando a resposta logo nas primeiras oportunidades.
A modalidade vitoriosa é justamente o Judô, que é a nossa maior aposta em
quantidade de medalhas. Eu vim com uma conservadora aposta de três pódios para nossos
judocas, mas mesmo o pessoal que aposta numa chuva de medalhas brasileiras no
tatame não listava o “aniversariante do dia” Felipe Kitadai. Para nossa sorte,
Kitadai não se incomodou com o descrédito e fez questão de buscar o seu presente.
O dia do niver acaba à meia-noite, mas o até então inesperado, daqui para
frente devidamente corrigido para esperado e merecido Bronze é seu para sempre.
Valeu à pena madrugar para ver sua lição de raça e humildade. Como se isso não
bastasse, o primeiro dia de competições ainda reservou o nosso primeiro ouro
feminino no judô para a guerreira Sarah Menezes que, o mínimo que merece, é um
texto a parte. Afinal, esse texto ficou para o Kitadai. Cada um com sua medalha, cada um com seu texto.
domingo, 22 de julho de 2012
Contagem Regressiva
Enfim, está chegando a hora de começar o
espetáculo olímpico. A menos de uma semana da cerimônia de abertura, os atletas
acertam os últimos detalhes para a “hora da verdade”. Eu sempre gosto de
enfatizar que, da forma que o esporte é tratado no Brasil, nenhum atleta nosso
tem a obrigação de conquistar uma medalha. Tudo que vier em Londres é resultado
do sacrifício pessoal de cada um. De qualquer forma, estou muito confiante e
acredito que nossa delegação tem tudo para fazer a maior participação
verde-amarela de todos os tempos. O meu palpite é que repetiremos o total de 15
medalhas de Atlanta-96 e Pequim-08, só que com um recorde de medalhas de ouro:
seis. Para quem acha que eu estou bem otimista, explico as minhas contas. As 15
medalhas seriam assim distribuídas: seis para os esportes coletivos (incluindo
aí as duplas do vôlei de praia); três para o judô; três para o
atletismo/natação; duas para o iatismo; e uma para as outras modalidades
(hipismo, ginástica e taekwondo). Os ouros viriam três vezes dos esportes
coletivos (novamente contando com o vôlei de praia), um do iatismo e dois
destaques individuais. Tudo explicado, agora é esperar a Pira Olímpica acender
e o show começar.
quinta-feira, 12 de julho de 2012
Sempre Felipão
Felipão pode não estar no melhor da sua forma, mas vamos combinar que o Palmeiras também não. A verdade é que o Felipão sabia que a única chance de o Verdão ser campeão nacional e voltar a Libertadores era ganhando a Copa do Brasil. Na raça, jogo a jogo, Felipão comandou o grupo em busca do que parecia impossível. A verdade é que uma vez Felipão, sempre Felipão!!
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Ninguém Merece
Faz
tempo que eu não torcia tanto num jogo de futebol. Mas fazer o quê? Logo o
Boca, algoz dos brasileiros várias vezes, resolveu ser “meia boca” justamente
contra o Corinthians. Eu falo que não dá para confiar nos hermanos. Enfim, demorou, mas chegou a vez do Bando de Loucos conquistar a
América. Se vence no esporte quem sabe perder, lá vai meu parabéns ao Timão.
Depois de muitas tentativas, incluindo uma eliminação precoce na Pré-Libertadores,
o Corinthians fez tudo certo desta vez. A grande arma da equipe de Tite não foi
ter uma grande estrela – se bem que o iluminado Romarinho, surpresa na Argentina, e o inspirado Emerson,
com os dois gols no Pacaembu, se candidataram a heróis da Fiel. O segredo
alvinegro foi apostar num grupo coeso e focado no objetivo. Com uma campanha invicta,
o sonho, que já estava virando pesadelo, virou realidade. Além de voltar a
sentir emoção com o futebol, essa quarta-feira me trouxe a certeza de o quanto
é bom morar no refúgio da Serra Gaúcha. Vamos combinar que encontrar
pessoalmente um corintiano nesta semana ninguém merece!
domingo, 1 de julho de 2012
Fúria Na Medida Certa
O
melhor time do mundo? Barcelona. A melhor seleção do mundo? Espanha. Essas duas
respostas saem prontas, unanimidades reconhecidas até pelos torcedores rivais.
Agora, a próxima pergunta é bem mais difícil: num hipotético jogo entre o Barça
e a Fúria, quem levaria a melhor? Há quem diga que a Espanha nunca chegará a
ser o Barcelona, porque o destino quis que Messi nascesse argentino. Por outro
lado, se a Espanha não tem o pequeno mago, tem o gigante Casillas, segurança na
defesa e liderança capa de unir os craques de Barcelona e Real Madrid em busca
do mesmo objetivo. Outro gol a favor da Espanha é que se o Barça passou essa temporada
sem títulos, a Fúria continua imbatível. Como todo grupo campeão, os espanhóis
deixaram o melhor para a final. Depois de uma campanha com um empate na
primeira fase e a vaga para a decisão garantida apenas na disputa dos pênaltis,
a Espanha levantou a taça com uma convincente goleada de 4 a 0. Deu dó dos
italianos, mas não tem muito o que fazer: tem seleção que encanta, tem seleção que
ganha. A Espanha encanta e ganha. A Copa de 2014 pode até ser nossa, mas, a não
ser que mude muita coisa até lá, a taça é espanhola, Fúria na medida certa.
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Um Grande Palmeirense
A escolha do time do coração,
normalmente tomada ainda na infância, vem por referência de alguém próximo. No
meu caso, tive algumas influências, mas sem dúvida o grande responsável por eu
ser palmeirense é o Tio Odair. Quando tomei a decisão, o Palmeiras passava pela
seca de títulos da década de 80 e início dos anos 90, mas isso não importava. A
alegria que o tio passava a cada vitória do Verdão, a empolgação que ele cantava (sempre com o pandeiro)
o hino alviverde, a emoção com que relembrava as conquistas da
época da “Academia”, tudo isso me contagiou. Foi ele também uma das pessoas que
mais incentivou o meu gosto pela escrita, mas isso é outra história... Voltando
ao Palmeiras, lembro da tarde que fui com o tio e o meu pai a um Palmeiras e
São Paulo no Morumbi. Simplesmente inesquecível! Eu já era adolescente, quando o tio me chamou
para uma verdadeira conversa de pai para filho. A partir daquele dia, a camisa
do eterno Ademir da Guia, que ele guardara por tantos anos, era minha. Ainda
não consegui achar um local para expô-la como a verdadeira jóia que é, mas ela
está lá, protegida na caixinha de objetos que tem um valor sentimental
incalculável. Para qualquer palmeirense, essa camisa é objeto de desejo por ser
do grande Ademir. Para mim, ela é isso e muito mais: afinal, é a camisa do Tio
Odair, parceiro que sempre vou lembrar com muito carinho. Hoje, o Palmeiras
perde um grande torcedor e eu, um grande tio, sempre amigo.
sexta-feira, 22 de junho de 2012
LeBron é Bom!
Confesso que torci pelo Oklahoma
City Thunder e continuo achando que o “astro da década” será o Kevin Durant.
Mas, porém, contudo, entretanto, todavia, quem está brilhando por hora é o
Miami Heat de LeBron James. Depois de duas finais em que LeBron teve que se contentar com o vice, desta vez ele fez o que todos esperavam dele: com ou sem marcação, com ou sem cãibra, LeBron foi decisivo. No jogo final, ele simplesmente fez um "triplo-duplo" com 26 pontos, 13 assistências e 11 rebotes. Se até então, seus críticos usavam como principal argumento o fato dele afinar nos momentos decisivos, LeBron mostrou maturidade no confronto com Durant. Aliás, esse duelo na final, com certeza, foi só o primeiro de muitos. Para Durant, que também foi muito bem, um duro aprendizado. Para LeBron, pacote completo: melhor jogador da temporada, das finais e campeão. Temporada perfeita, que ainda não acabou. Para o bem do esporte, LeBron deve estar em Londres, ao lado de Durant e Kobe, numa combinação perfeita. Já escrevi em outro texto que acho descabida a comparação entre Jordan e LeBron, mas sem dúvida o ala do Miami imortalizou o seu nome depois do "showtime" deste ano. Se Jordan segue único, LeBron é bom, é muitíssimo bom!
terça-feira, 12 de junho de 2012
Gostei!!!
Depois de muitas
especulações, a diretoria do Franca anunciou o grupo que vai ser o responsável
por marcar uma nova fase na capital nacional do basquete. É lógico que qualquer
montagem de elenco é um debate sem fim. Com certeza eu tenho algumas
preferências (queria muito ver a volta do Benite e a manutenção do Drudi), mas,
de uma maneira geral, gostei bastante das contratações e acho que é um projeto
que tem tudo para dar certo. Acho que Lula e a diretoria conseguiram uma
mistura muito inteligente. Figueroa, Teichmann e Ivanovic não são grandes
estrelas, mas têm consistência e experiência para serem as referências para a “garotada”.
Cauê Borges, Ricardo Zanini e Jefferson Socas já deixaram de ser promessas e
estão prontos para assumir a responsabilidade. Lucas, Taddei e Léo Meindl
terão, enfim, mais tempo em quadra para mostrar seu talento. Zezão e Jhonatan
são boas apostas para o rodízio que toda equipe precisa ter. Enfim, é um
conjunto versátil e bastante promissor. Agora é só deixar o Lula orquestrar
essa turma. Ele, melhor do que ninguém, sabe que o momento é de paciência e
persistência. Não adianta esperar um time pronto, que vai começar ganhando tudo
o que vem pela frente. Toda reconstrução é tijolo por tijolo, mas certamente a
nova morada francana está sendo erguida com sólido alicerce.
sábado, 9 de junho de 2012
Messi, a previsibilidade imprevisível do gênio
Para mim, o resumo do jogaço
de hoje é o seguinte: o Brasil ganhou da Argentina e perdeu de goleada para
Messi. Os três golaços são praticamente idênticos na essência: Messi arranca de
longe; se alguém aparecer na frente, simplesmente é driblado; caso contrário,
segue numa diagonal certeira até o momento em que, o que aparentemente seria
mais um passo, se transforma no chute decisivo de gol. Assim como Garrincha,
que sempre driblava para o mesmo lado, o craque argentino não inventa. Messi
tem a previsibilidade imprevisível do gênio! O show de Messi só não é mais
assustador porque, para a tristeza do futebol e alegria do Brasil, a Argentina
não estará em Londres tentando o tri olímpico. Sem o rival argentino, quem sabe
o craque em Londres não será Oscar, a nossa ótima surpresa enquanto Ganso ainda
é dúvida e Neymar não é nem a sombra do mágico do Santos.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Recomeço
Em primeiro lugar, parabenizo o Hélio Rubens pela sábia decisão de ir em busca do merecido descanso. Ressalto o que já disse no último texto: ídolo é ídolo porque sabe, inclusive, a hora de parar. Na certeza do dever cumprido, obrigado, obrigado e obrigado, Hélio. Em relação ao processo de recomeço do basquete francano, algumas ponderações: fiquei muito feliz com a presença do Edu Mineiro na nova diretoria. Com tantos ex-jogadores radicados na cidade, acho fundamental essa participação nos bastidores de quem vivenciou muita coisa em quadra. Em relação ao novo técnico, eu, particularmente, preferia alguém ligado à escola francana, mas não se pode dizer que o Lula Ferreira é uma má opção. Com certeza é um profissional de muita qualidade. Além do mais, o período que passou na gestão do NBB ajudou, e muito, para afastar a rivalidade do período do COC/Ribeirão. Mais do que a escolha do novo técnico, o fundamental é a escolha do novo time. Se o Lula vier com uma proposta de realmente começar do zero com atletas jovens, tem tudo para dar certo, principalmente a médio prazo. Agora, se quiser trazer seus “homens de confiança”, como Nezinho e Alex, será complicado. Não há o que se falar da qualidade técnica deste grupo, haja vista a conquista do tricampeonato de Brasília no último final de semana. Mas se é para ser um recomeço não se pode partir de uma história que já tem início, meio e quase fim. Bem vindo a Franca e tudo novo, de novo, Lula!
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Obrigado Hélio Rubens
Dificilmente é o que vai
acontecer, mas eu gostaria, sinceramente, que a derrota de hoje para o São José
tenha sido a despedida do multivencedor Hélio Rubens do comando do Franca.
Depois de mais de 50 anos dedicados ao basquete, Hélio, maestro dentro e fora
das quadras, chegou ao nível em que não precisa provar mais nada para ninguém.
Filho do precursor Chico Cachoeira, irmão de Totô e Fransérgio, pai de Helinho,
discípulo do Pedroca (o “Pai de Tudo”), a trajetória vitoriosa de Hélio se
confunde com a própria história do basquete francano. Todo torcedor do Franca
tem um imenso carinho pelo Hélio, mas o meu é especial. Além de todas as
alegrias em quadra, Hélio Rubens me honrou com o privilégio de ser o autor do
prefácio do meu livro sobre o basquete francano. Seja como jogador ou como
técnico, Hélio esteve presente em praticamente todas as grandes conquistas do
Franca Basquete. Ele também mostrou seu talento na seleção brasileira. São
tantas vitórias, tantos momentos de superação, que a única pessoa capaz de
manchar essa vida dedicada ao basquete é o próprio Hélio Rubens. Ídolo é ídolo
porque sabe, inclusive, a hora de parar. Saia de cabeça erguida, com a certeza
do dever cumprido. No mais, obrigado, obrigado e obrigado, Hélio.
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Então Já Era
O que já era difícil, ficou
praticamente impossível. Depois de um playoff sólido contra o Paulistano, a
torcida francana passou a ter um fio de esperança de que o time poderia impor
algum tipo de resistência ao líder São José, mas, decididamente, não foi o que
aconteceu. Novamente o que se viu foi uma equipe sem padrão de jogo, frágil na
defesa, precipitada no ataque e sem qualquer poder de reação. Com a derrota no
Pedrocão por 15 pontos, Franca está virtualmente eliminada do NBB. Se tem
alguma coisa na partida de hoje que Franca pode comemorar foi a atuação do
jovem Lucas, impecável com 10 pontos e 100% de acerto. Aliás, com a temporada
2011 praticamente encerrada, passou da hora de Franca pensar no futuro e, com
certeza, uma trilha de sucesso no ano que vem passa pela manutenção do Lucas e
por uma boa reformulada no elenco. Falando em mudanças, o torcedor francano ficou
com uma saudade danada da dupla Fúlvio e Murilo – ah, como seria bom que eles
voltassem, assim como o Benite. Mas isso é só um ótimo sonho. Voltando ao
presente, o Joinville, na outra partida da noite, fez o que Franca não
conseguiu: ganhou em casa do Pinheiros e agora jogou a pressão para o
adversário. Esta série parece que vai ser emocionante do começo ao fim. Enquanto
isso, Franca e São José, lamento dizer, mas já era!
terça-feira, 24 de abril de 2012
Nada Mudou
Há algumas horas o Barcelona
era tido como o melhor time de todos os tempos; uma equipe imbatível, de outro
planeta; o maestro Messi já era comparado ao inigualável Pelé. Agora, com a
eliminação na semifinal da Liga dos Campeões para o Chelsea, já tem gente dizendo
que o Barça não é mais o mesmo. Para alguns mais exagerados, o time catalão já
não seria páreo nem para o Tabajara Futebol Clube; Messi, um grande pipoqueiro;
Guardiola, um técnico qualquer. Pára tudo! Não é um jogo que vai fazer o
Barcelona deixar de ser o time único, mágico e inovador que encantou – e vai
continuar encantando por um bom tempo – o Mundo da Bola. Com certeza nada
mudou. Talvez a única coisa que ficou diferente é que os guerreiros do grande
Barça ficaram um pouco mais humanos. Afinal, no jogo da vida ninguém é
invencível!
sábado, 21 de abril de 2012
Para Pensar
A final da Superliga masculina entre Cruzeiro e
o Vôlei Futuro/Araçatuba chama a atenção por um detalhe: ao contrário da final
feminina entre Rio e Osasco em que metade da seleção brasileira estava de um
lado e a outra metade do outro, entre os homens nenhuma das grandes estrelas da
seleção do Bernardinho estava em quadra. Não conheço o vôlei tão a fundo para fazer uma análise se a ausência dos
craques da seleção na final é só uma curiosidade ou revela alguma necessidade
de mudança. Já falei outras vezes no blog da admiração que tenho pelo
Bernardinho e, tudo que o Brasil ganhou nos últimos anos, com
certeza fala por si só. Além do mais, uma renovação radical na véspera das
Olimpíadas não seria nada produtiva. Então, muita calma nesta hora. Isto vale para a mídia, que aproveitou a final deste sábado para pressionar pelo retorno do levantador
Ricardinho à seleção. Realmente ele não tem que provar mais nada em quadra, mas
o Bernardinho sabe, melhor do que ninguém, que a vitória começa no equilíbrio
psicológico e na força da união de todos. Por isso eu, particularmente,
continuaria sem convocar o Ricardinho. Para mim, se é hora de fazer alguma mudança, a aposta
tem que ser no levantador William, que liderou o Cruzeiro na conquista da
Superliga. Afinal, um atleta que tem o apelido de “Mago”, realmente é alguém
para o
Bernardinho pensar.
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