domingo, 16 de dezembro de 2012

O Mundo Vai Acabar


Eu não estava levando nada a sério esta história que o Mundo vai acabar neste ano, mas agora estou muito preocupado. Afinal, justo no primeiro dia da tal “semana fatal”, o Corinthians ser campeão mundial da maneira “tradicional” – jogando fora do país contra um adversário europeu na final – só pode ser sinal do fim dos tempos. E mais apocalíptico que o título mundial em si é reconhecer que o Timão passa a ser uma referência para todos os outros clubes brasileiros. Depois da queda para Série B no final de 2007, o clube só dá alegria para a fiel torcida, conquistando todos os títulos possíveis (desculpe-me os são-paulinos, mas Sul-americana não conta): Paulista (2009), Copa do Brasil (2009), Campeonato Brasileiro (2011), Libertadores (2012) e agora o Mundial. A profissionalização corintiana veio garantida por ninguém menos que Ronaldo, sem dúvida um projeto fenomenal de marketing e gestão. Em 2011, a eliminação para o Tolima na Pré-Libertadores foi um susto, mas o Corinthians apostou no projeto a longo prazo e manteve Tite no comando técnico. Com certeza, o título mundial de hoje começou neste momento. Confiante, Tite foi dando a sua cara ao time. Com um futebol simples, mas eficiente, o Corinthians se tornou uma equipe difícil de ser batida e hoje não foi diferente. Impulsionado pela “invasão da Fiel no Japão”, o Timão respeitou o Chelsea, mas, em nenhum momento se intimidou ou mudou a sua forma de jogar. O paredão Cássio foi confiança na defesa, o meio de campo liderado por Paulinho foi mais incansável do que nunca e o ataque foi nas trombadas e raça até o gol “Guerrero”. O bom de o mundo acabar nesta semana é que só vamos ter que engolir a festa do “Bando de Loucos” por uns dias...

sábado, 24 de novembro de 2012

A Longo Prazo


É lógico que perder no Pedrocão nunca é legal, mas ainda é muito cedo para fazer uma projeção de até onde o Franca Basquete pode chegar neste NBB 5. Pode parecer contraditório, mas a derrota de hoje mostra que a Capital do Basquete está no caminho certo. Explico: a vitória do Brasília, atual tricampeão e um dos grandes favoritos da temporada, mais de 10 anos após a conquista do primeiro título paulista de Alex, Nezinho e Cia. é a prova de sucesso de um projeto a longo prazo. E é justamente esta fórmula que o técnico Lula, mentor dos garotos de Ribeirão (agora Brasília), está repetindo em Franca. Só não tenho certeza que Franca será nas próximas temporadas tão hegemônico como Ribeirão/Brasília por dois motivos: o primeiro é que, no início dos anos 2000, Ribeirão Preto não tinha nenhuma tradição no basquete e a “garotada de Lula” teve tempo para amadurecer sem a pressão por resultados. Na Capital do Basquete não sei se haverá esta paciência à espera das grandes conquistas – nesta parte, o planejamento da diretoria e o apoio da torcida são fundamentais. A outra diferença é que o cenário do basquete nacional hoje é bem diferente de uma década atrás. Agora, o mercado da NBA, da Europa e mesmo o interno estão bem mais abertos e é difícil saber até quando Franca vai conseguir segurar, por exemplo, o pivô Lucas, cestinha da partida de hoje com 23 pontos, além de 7 rebotes. Para a derrota de hoje se transformar em vitória amanhã é imprescindível a manutenção de uma base. Para mim este é o grande adversário que o Franca precisa superar para voltar ao trilho dos títulos. Aliás, falando em projeto a longo prazo, hoje eu comecei a mostrar o basquete francano para a minha filha Maria Clara. É claro que com um mês de vida, minha menina dormiu o jogo inteiro, mas para colher amanhã é preciso plantar agora. Então fica combinado: eu continuo aqui a minha missão de angariar mais uma torcedora, a torcida francana pega leve na pressão, a equipe continua vibrante e em evolução e a diretoria dá um jeito de fazer com que esses garotos de hoje, que inevitavelmente se tornarão campeões amanhã, o façam com a camisa do Franca.

domingo, 11 de novembro de 2012

Flu Campeão, Verdão...

Um jogo digno para consagrar a campanha impecável do Fluminense. Ao abrir 2 a 0, parecia que o último passo do tricolor carioca em busca do título seria ultra fácil, mas não foi bem assim. Desesperado em seu calvário particular, o Palmeiras uniu suas últimas forças e foi em busca do empate em 2 a 2. O Verdão ainda teve algumas chances de virar a partida, mas o Flu mostrou competência de campeão. Fred, sempre ele, foi buscar, nos últimos minutos, o gol do título. O roteiro do duelo de hoje se inspirou no melhor estilo das epopéias gregas, em que toda grande façanha heróica vem acompanhada de estrondosa tragédia. A lágrima de alegria da torcida do Flu contrasta com o choro sofrido da família alviverde da qual eu me incluo. Parabéns ao Flu pelo Tetra. Quanto ao Palmeiras, hora de recomeço. Que a Série B (pela segunda vez) seja a lição definitiva para o Verdão aprender que as vitórias em campo nascem de estruturas sólidas de planejamento e gestão.

domingo, 28 de outubro de 2012

A Grande Vitória


O tema de hoje não é sobre uma grande vitória esportiva, mas sim sobre a maior vitória de todas. Esta semana tive a oportunidade divina de me tornar pai. Desde que peguei a Maria Clara pela primeira vez, irradio a felicidade do artilheiro que faz o gol do título, do cestinha que faz o arremesso vitorioso no último segundo, do atleta que chega a glória do ouro olímpico. Peço desculpas se o texto de hoje foge da proposta do blog de retratar os esportes olímpicos, mas, de certa forma, tem tudo a ver. Afinal, a dádiva do nascimento é, de todas as partidas da vida, a grande vitória.

Mistério Celestial que a humanidade não consegue explicar
A vida bate à porta trazendo amor incondicional, magnânimo
Raio de luz que transforma, tudo se ilumina num doce olhar
Impossível não se emocionar com a paz que irradia, encanta
A certeza de fadinha, frágil no corpo, mas forte e leve na alma

Clara sensação de que vale à pena buscar um mundo melhor
Literalmente nasce uma nova pessoa também no pai e na mãe
Amor que envolve, transborda, embala, contagia, se multiplica
Rogo obrigado a Mãe Maria pelo sopro divino que me empresta
Anjinha com algumas coisas pra aprender e muitas pra ensinar

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Caiu de Pé


O Franca Basquete caiu na primeira rodada dos playoffs do Paulista, mas acredito que o balanço inicial da renovação francana é pra lá de positivo. É lógico que ser eliminado depois de chegar ao último quarto com 10 pontos de vantagem não pode ser comemorado. Mas, o que pode, e deve, ser comemorado pelo torcedor francano é o fato de a equipe ter levado o playoff para a última partida, resultado que ninguém achava possível. E mais, chegou brigando até a última bola. A derrota de hoje do São José era muito mais prevista e, ao mesmo tempo, foi muito menos doída do que na última temporada. Para o NBB, o nível da competição é outro, bem mais alto. De qualquer forma, se a base do elenco for mantido, a garotada continuar com a garra demonstrada e vier mais um ou dois jogadores para serem referência do time, acredito que o caminho das grandes conquistas está mais perto da Capital do Basquete do que se podia imaginar no início deste projeto de reformulação. 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Sem Problemas, Apenas Desafios


Nada simboliza melhor o lema esportivo do “importante é competir” do que as Paraolímpiadas. A conquista não se restringe à medalha. A vitória nasce no momento em que cada atleta decidiu ver a diferença física como uma característica e não como um obstáculo. Para esses atletas, o esporte é muito mais do que um exercício físico. É um objetivo pelo qual vale a pena acordar todos os dias. Assistir a uma prova paraolímpica é uma nova oportunidade para abandonarmos a velha prática de reclamar da vida. É a chance de lembrarmos que não existem problemas e sim desafios. E é justamente o sonho de transformar um desafio numa medalha olímpica que move milhares de atletas. Todo atleta paraolímpico já é um vencedor, mas eles querem mais. Sabem que a medalha olímpica é a certeza de que anos de sacrifícios foram recompensados. Foi assim com o italiano Alessandro Zanardi. Ex-piloto de F-1 e bicampeão da Indy (97 e 98), Zanardi sofreu um grave acidente em 2001. Mesmo com as duas pernas amputadas, o italiano não ficou longe das competições. Veio para o ciclismo paraolímpico e sai de Londres com dois ouros (contrarrelógio e estrada). Após as conquistas, Zanardi deu um depoimento que vai muito além de uma simples entrevista: “Sem o esporte eu não sei viver. Tive tanto na vida e continuo a ter. Só tenho a agradecer.” Trajetória semelhante de superação tem o gaúcho Jovane Guissone. Durante um assalto, a bala que poderia ser o fim, foi o recomeço. Cadeirante, Guissone se reinventou e agora é ouro olímpico na esgrima. Assim como Zanardi, o brasileiro dá o seu recado: “Não somos coitados, somos pessoas como as outras.” Desculpa Jovane, mas não posso concordar. Vocês não são pessoas como as outras, são campeões olímpicos! Praticamente apenas o mito Michael Phelps pode se comparar com o brasileiro Daniel Dias, dono de 15 medalhas olímpicas, sendo seis ouros só nas Paraolímpiadas de Londres.  Aliás, se a meta brasileira para o Rio-2016 é terminar entre as dez potências olímpicas, nas Paraolimpíadas isto já é uma realidade. O Brasil encerrou em sétimo lugar com 21 ouros, 14 pratas e 8 bronzes. É hora de olhar com mais carinho e mais respeito para esses brasileiros, show de perseverança em Londres.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Alegria brasileira+Frieza russa=Título USOpen


Num campeonato de tênis, todos os holofotes ficam focados nas disputas de simples. Mas num Grand Slam – o “quarteto fantástico” que reúne o  Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open – existe uma série de disputas paralelas. E foi justamente neste cenário, um pouco menos badalado, mas nem por isso menos charmoso, que o Brasil fez história em New York. Ao lado da russa Ekaterina Makarova, Bruno Soares sagrou-se campeão do US Open em dupla mista. Como legítimo mineiro, Bruno foi avançando silenciosamente, desbancando os favoritos até a vitória final. Dizem que New York não pára, mas, hoje, por alguns instantes, todos pararam para aplaudir Bruno e Makarova. É o retorno do Brasil ao topo de um Grand Slam, 11 anos após a última conquista de Guga em Roland Garros. A dupla está de parabéns e espero que eles se reencontrem em outros campeonatos. Afinal, alegria brasileira mais frieza russa é igual a título de Grand Slam.

domingo, 12 de agosto de 2012

Obrigado Yane, Brasil e Internautas


No último pódio de Londres, o Brasil marcou a presença com Yane Marques, numa inédita medalha no Pentatlo Moderno. É como se fosse um símbolo de que as Olimpíadas terminam hoje na Inglaterra, mas a bandeira brasileira segue hasteada, sinalizando os quatro anos de muito trabalho até os Jogos do Rio. Mas, voltando à conquista da Yane, o Pentatlo, como o próprio nome já diz, não é um esporte em si, mas um conjunto de cinco modalidades: esgrima, natação, hipismo, tiro e atletismo. Versátil e regular, Yane sempre esteve na briga por medalhas. O bronze da pernambucana foi a 17ª medalha do Brasil (3 ouros, 5 pratas e 9 bronzes).  No fim, não acertei nem o total de medalhas (tinha apostado 15), muito menos o número de ouros brasileiros (acreditava em seis). Se não atingimos os cinco ouros de Atenas, por outro lado conquistamos o maior número de medalhas numa única edição, fato que tem que ser muito comemorado. Obrigado a todos os atletas brasileiros, medalhados ou não, que foram lá e fizeram o seu melhor. A parte ruim é que as competições em Londres acabaram. Eu sempre fico meio chateado no último dia de cada Olimpíada, mas a medalha na última prova deu um tom alegre nesta despedida. Obrigado Yane por tudo, inclusive por ter amenizado a minha saudade olímpica. Agradeço também a todos que acompanharam meus “textos olímpicos”. O blog teve um recorde de acessos neste período. As Olimpíadas de Londres acabou, mas eu continuo por aqui, sempre de olho nos grandes momentos esportivos. E, daqui a quatro anos, vem o Rio. Haja coração....

Ah, a Rússia


Agora que acabamos com o fantasma russo no vôlei feminino, surgem os gigantes do masculino para assombrar. Apesar de ter vencido os dois primeiros sets, não dá para dizer que houve apagão do Brasil na virada da Rússia. Se houve alguma falha foi no final do terceiro set, quando chegamos a ter dois match points, mas acho que foi muito mais os russos que seguraram a pressão – no feminino, nossas meninas aguentaram seis vezes. A verdade é que a Rússia renasceu com uma alteração tática e surpreendeu completamente nossa equipe. O gigante Muserskiy, com 2,18m, foi deslocado de central para oposto e marcou 26 pontos, o que dá mais de um set só para ele. Enfim, a forma como foi a derrota no final dói, mas se analisar a temporada como um todo, essa prata da turma do Bernardinho tem que ser muito comemorada. Com problemas de lesão e com um revés na Liga Mundial, muitos diziam que o Brasil estava fora da briga por medalhas. Mas repito o mantra que já escrevi em outros textos: nunca subestime um campeão olímpico. Na terceira final olímpica seguida, com um ouro e duas pratas, só cabe um adjetivo à “família Bernardinho”: vencedor.

sábado, 11 de agosto de 2012

Espetacular


Eu acompanho as Olimpíadas desde que me conheço por gente e não me lembro de uma trajetória tão espetacular como a das nossas meninas do vôlei. Não foi uma campanha invicta e inquestionável e é justamente aí que está o diferencial deste grupo. Por várias vezes estiveram por um triz da eliminação, mas nunca desistiram, nem quando o adversário era o franco favorito, como foi contra a Rússia e os EUA. O exemplo de superação, de dar a volta por cima, de nunca desistir é que traz ao ouro de hoje um sabor especial. Quando começou as Olimpíadas, eu tinha uma meta para o blog: escrever um texto para cada medalhista brasileiro e, no caso de um ouro, escrever um acróstico (poema em que a primeira linha de cada verso forma um nome). Caso este ouro fosse de um esporte coletivo, a idéia era fazer o acróstico com o nome da modalidade, por exemplo, vôlei feminino. Agora, depois de tudo que esse grupo fez em Londres, achei que o mínimo que eu poderia fazer era citar o nome delas no poema. E lógico que o Zé Roberto, o primeiro tricampeão olímpico do Brasil não poderia estar de fora.

Algumas coisas só acontecem
Dentro do universo olímpico
Eu já vi vitórias inesperadas
Nada parecido com a de hoje
Indescritível virada da vida
Zeus tem orgulho das nossas
Inigualáveis guerreiras do vôlei
Apostaram em nunca desistir

De uma 1ª fase irreconhecível
Atropeladas por EUA e Coréia
Não parecia que era possível
Insistir no sonho do bi olímpico

Foi por pouco que não demos
Adeus ainda na etapa inicial
Brasil necessitava de uma
Improvável combinação para
Avançar as quartas-de-final
Num exemplo de esportividade
As americanas não ‘entregaram’

Foi aí que tudo começou a mudar
A vitória contra a Sérvia trouxe
Bravura, alegria e muita energia
Inspiradas, seguimos adiante

Felizes novamente em quadra
Encaramos as temidas russas
Rivais entaladas na garganta
Não tem como esquecer Atenas
Ainda mais depois das derrotas
Nas finais dos últimos mundiais
Desta vez tinha que ser diferente
Assim foi o momento do ápice

Ganhando desde o início do jogo
A vitória russa parecia inevitável
Raça verde-amarela para virar
Após defender seis match-points
Yes, o dia de lavar a alma chegou

Japão era o adversário da semi
A disciplina oriental era o desafio
Qualquer deslize poderia ser fatal
Uma apresentação sensacional
E a vaga na final estava garantida
Lá a tarefa era muito mais difícil
Inquestionável favoritismo dos EUA
No primeiro set, um grande susto
Era o fim desta história tão bonita?

Não seria justo com nossas meninas
A caminhada épica da volta por cima
Tinha que ser coroada com o topo
Aos poucos equilibramos a partida
Levantamentos e ataques perfeitos
Implacáveis na defesa e no bloqueio
Até o último ponto da consagração

Parece que essa medalha de ouro
Alcança uma dimensão mágica
Uma conquista que passa qualquer
Limite do esporte num tom heróico
Ao mesmo tempo que é tão humano

Show de um grupo que renasceu
Hora de orar para agradecer por tudo
E dá-lhe cambalhotas das campeãs
Inesquecível a felicidade no pódio
Leveza e a dança do dever cumprido
Lá estavam as nossas 12 guerreiras
A primeira era Jaque, estrela da final

Thaisa é vibração e garra na rede
A Sheilla contra a Rússia foi demais
Não existe bola perdida para a Fabi
Dani foi a maestra perfeita da equipe
A liderança coube à capitã Fabiana
Ritmo nas mãos de Fernandinha
Adenizia foi raça quando entrou

Tandara é aposta para o Rio-2016
Homenagens à supermãe Paula
A vaga de Natalia foi na superação
Impossível não lembrar de Fer Garay
Sassá, Juciely, Brait, Fabíola e Mari
A medalha tem um pouco de vocês

Zé Roberto não pode faltar na lista
É ele o pai de três ouros olímpicos

Família Falcão


Nestas Olimpíadas, o Brasil conheceu a família Falcão. Os irmãos Esquiva e Yamaguchi escreveram seu nome na história olímpica ao conquistarem, respectivamente, prata (o ouro não veio por um ponto) e bronze. Filho de Touro Moreno, o sucesso dos irmãos não poderia vir em outro esporte que não fosse o boxe. Aliás, as três medalhas da modalidade, junto com as quatro do judô, significa quase a metade das 16 medalhas conquistadas pelo Brasil em Londres. Vitória de atletas que converteram a luta do dia-a-dia em medalhas olímpicas.

E o Tabu Continua

O futebol brasileiro continua sendo o único pentacampeão, mas a prateleira de títulos vai continuar, pelo menos por mais quatro anos, sem a sonhada medalha de ouro olímpica. Nossa equipe vinha jogando bem, apostando na crescente de Damião, na maestria de Oscar e na irreverência de Neymar. Mas o México tinha Peralta, que precisou de apenas 30 segundos para pulverizar a nossa confiança. Atrás no placar desde o início, não conseguimos mostrar poder de reação e o segundo gol, novamente de Peralta, mostrou que não seria no lendário Wembley que viria nosso inédito ouro. Hulk ainda trouxe um fio de esperança, Oscar teve uma última chance, mas já era tarde. A verdade é que até o Corinthians conseguiu neste ano acabar com o jejum de títulos da Libertadores. Mas quando chegou a vez da seleção olímpica, ela até que chegou bem perto, mas o tabu continua. Quem sabe o fato de a próxima tentativa ser no Rio de Janeiro não facilita para concretizar o tão esperado ouro olímpico. Até lá, ficamos com a prata com gostinho de quero mais.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Torcida pelo Triplo Ouro


O Brasil aparece, no momento, com 12 medalhas (2 ouros) no quadro geral de medalhas, porém mais 4 estão garantidas. Este total nos leva, pela primeira vez na história olímpica, a 16 medalhas, ultrapassando as 15 conquistas de Atlanta-96 e Pequim-08. Se o recorde em quantidade já está garantido ainda nos falta, em qualidade, três medalhas de ouro para igualar a campanha de Atenas-04. A nossa busca tripla pela conquista dourada é difícil, mas não impossível. Neste sábado, estamos em três finais: que o futebol conquiste o único título que falta na galeria vencedora; que o Esquiva Falcão traga o inédito ouro no boxe e que nossas meninas surpreendam as favoritas norte-americanas no vôlei. Para fechar com chave, ou melhor, com medalha de ouro, temos no domingo os nossos garotos medindo força contra a Rússia na final do vôlei – acho que a turma do Bernardinho leva essa, mas não achem que vai ser fácil como os 3 sets a 0 da primeira rodada. Fora estas quatro medalhas garantidas, ainda temos chance de pódio no taekwondo feminino, maratona masculina e pentatlo moderno, Já estou no clima de saudade das Olimpíadas, mas ainda tem um último final de semana cheio de emoções. Racionalmente apostaria, neste momento, que o Brasil vai encerrar com quatro ouros. Porém, como o esporte não é feito só de lógica, vou torcer até o fim para que repitamos a façanha dourada de Atenas. E você, acha que vamos conseguir?

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Sina da Prata


É lógico que Emanuel e Alison terão muito orgulho da prata olímpica conquistada, mas só a partir de amanhã. Hoje, a sensação que predomina é a dor pelo ouro perdido. Não tem jeito, esta é a sina da prata. Definitivamente ela está acima do bronze, mas a sensação imediata é de menos. Isto porque o bronze nasce de uma vitória. Já a prata traz a dor de uma derrota. Para resolver isso, só o tempo. Logo mais, Alison e Emanuel terão muito orgulho de contar para todos que estavam lá na final olímpica lutando até o último minuto. Parabéns. 

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Baiana Arretada


Não acho que o boxe é o esporte que melhor representa o espírito olímpico, mas não estou aqui para falar da modalidade e sim de atletas. Na verdade uma atleta, a baiana arretada Adriana Araújo, bronze verde-amarelo na estréia do boxe feminino nas Olimpíadas. Não acompanho o boxe de perto, mas imagino o longo percurso que Adriana caminhou até subir no pódio de Londres. A disputa no ringue é só uma parte da luta. Por trás das luvas, com certeza estão anos de sacrifício em busca de um sonho. O suor se transforma em lágrimas e Adriana coloca o nome do Brasil no seletíssimo grupo das primeiras medalhistas da história do boxe olímpico. Golpe perfeito da baiana arretada.

Nunca Desistir


Juliana e Larissa saíram visivelmente decepcionadas ao perderem ontem na semifinal para as norte-americanas April e Jennifer. Mais do que ficar fora da briga do ouro, foi a derrota de virada que baqueou a nossa dupla. Se a final já não era mais possível, ainda tinha uma honrosa disputa pela medalha de bronze, tudo em menos de 24 horas. Como cicatrizar todas as feridas em tão pouco tempo? Parecia impossível. No início da disputa do bronze, nossas meninas ainda estavam atordoadas. As chinesas Xi e Xue venceram o primeiro set por dez pontos e abriram três pontos no momento decisivo do segundo set. Mas aí, Juliana e Larissa mostraram porque formam a melhor dupla feminina do momento. Já não tinha mais técnica, tão pouco qualquer tipo de dor. Foi emocionante ver nossas meninas renascendo na areia, buscando a última gota de energia. Vitória que veio de dentro, do coração. Se hoje o que estava em jogo era a medalha de bronze, isso é o que menos importa. O que ficou foi o exemplo de nunca desistir. Juliana e Larissa estão de parabéns.

Dito e Feito


Eu já dei o recado no texto de ontem (“Pra Lavar a Alma”): nunca subestime um campeão olímpico. Se essa equipe for a Argentina, aí a atenção tem que ser triplicada. Para complicar ainda mais, os jogadores argentinos se sentem em casa na terceira participação seguida em alto nível. Já o Brasil ficou fora da festa principal por 16 anos e, naturalmente, precisava de uma maior adaptação. Por tudo isso, sempre deixei claro que não gostaria de enfrentar a Argentina nas quartas de final de jeito nenhum. Os Hermanos podem já não ter o mesmo ritmo do ouro em Atenas-2004, mas contam com experiência, técnica, tática, raça, catimba e, por que não, sorte. A questão do jogo em si não tem como comentar, já que não assisti a partida inteira. O que eu sei é que o Brasil começou bem, voltou a ter os seus apagões, a Argentina abriu 15 pontos, conseguimos voltar, mas na hora H faltou o algo mais. Sei lá se contra a França o resultado seria diferente. O fato é que a Espanha avançou para a briga por medalhas e nós ficamos pelo caminho. Não quero resumir tudo à polêmica última partida da primeira fase – o que está feito está feito. A verdade é que o Magnano, como grande estrategista que é, sempre falou que o foco do Brasil era para 2016. O objetivo para Londres era voltar às Olimpíadas. É que retornamos tão bem, que começamos a sonhar com a medalha e, realmente tínhamos chances reais. Mas o esporte é assim mesmo, vitórias e derrotas se alternam. Ontem, nossas meninas conseguiram dar o tão esperado “chega pra lá” nas russas. No basquete ainda não foi a hora. Mais uma vez temos que engolir, a seco, Ginóbili, Scola, Delfino e Cia. A dor só não é maior porque o vôlei masculino deu o troco em cima dos Hermanos.

P.S. – Voltando a história do “jogo fácil” entre o primeiro (de uma chave) e quarto (do outro grupo), hoje foi a vez do líder EUA perder num sólido 3 sets a 0 para a Itália. Para ter certeza que não vai ter “zica”, acho que a meta depois da “Sina de Londres” vai ser escapar da liderança na primeira fase.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Pra Lavar a Alma


Hoje o Brasil viveu a mesma situação duas vezes, indo da tristeza para a alegria em questão de horas. No handebol feminino, nossas meninas fizeram uma campanha fantástica, terminando em primeiro lugar na primeira fase. Esta colocação garantiria enfrentar o quarto colocado do outro grupo, o que teoricamente seria o adversário mais fácil possível. Só na teoria. O que se viu em quadra foi a Noruega, atual campeão olímpica e mundial, querendo manter a sua hegemonia. Nossas meninas se esforçaram muito, chegaram a ficar na frente na maior parte do tempo, mas, no final, a frieza das norueguesas prevaleceu. O objetivo principal é sempre a medalha, mas nossas garotas tem que se orgulhar muito de tudo o que fizeram. Nunca ouvi falar tanto de handebol como nos últimos dias. Em seguida, veio o jogo do vôlei feminino e aí era o contrário. A Rússia vinha voando baixo, invicta e líder absoluta da chave. Já o Brasil veio no sufoco, garantindo a quarta e última vaga só no último jogo. Favoritismo total das russas, mas novamente só na teoria. O equilíbrio psicológico que faltou antes, hoje esteve de verde-amarelo o tempo todo. O Brasil já foi campeão olímpico, mas ainda faltava no currículo uma vitória maiúscula contra as russas, vilãs na fatídica semifinal em Atenas-2004 (aquele 24 a 19 para nós no 4º set nunca vai sair da cabeça) e nas duas últimas finais de Mundial. Hoje tinha que ser diferente. E foi lá, após salvar seis match-points, que o Brasil foi buscar uma daquelas vitórias que mostra todas as dimensões olímpicas. Fôlego renovado para entrar com tudo na briga por medalhas. As norueguesas no handebol e nossas meninas no vôlei deixaram um recado bem claro: nunca duvide de um campeão olímpico! Se eu fosse um pouquinho mais flexível, eu acompanhava o Zé Roberto no peixinho. Se fosse um pouquinho mais extrovertido, eu dava um grito daqueles. Como não sou nenhuma coisa, nem outra, escrevo emocionado, de alma lavada.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Agora o Bicho Vai Pegar


Num jogo repleto de especulações, o Brasil não quis saber de conversa. Foi lá, venceu a Espanha na última rodada da primeira fase do basquete olímpico por 88 a 82, avançando em segundo lugar do grupo. Não sei se a Espanha “entregou” a partida para fugir dos EUA numa eventual semifinal – nós também tínhamos esta opção. A verdade é que se os espanhóis fizeram algo do tipo, eu não os condeno. Não concordo muito com esse moralismo ortodoxo. Eu acho que nenhum atleta deve “programar” um resultado, quando isso significa prejudicar ou beneficiar um adversário. Isto está totalmente fora dos princípios esportivos, sobretudo dos olímpicos. Agora, a questão de apostar num resultado que interfere basicamente no futuro do próprio atleta ou da equipe envolvida, eu vejo como uma questão de estratégia. Na verdade, não é que ninguém vai entrar para perder, mas passa pela motivação. Toda vez que um atleta está em ação, ele busca, antes de tudo, o melhor resultado para ele, 99,9% das vezes isso significa ir atrás da vitória até o fim. Mas se, de repente por algum regulamento inesperado, o não ganhar significa o melhor resultado, qual o problema? Para mim nenhum. Em 2010 criticaram, e muito, o Bernardinho por “entregar” um jogo na primeira fase, mas a verdade é que o Brasil sagrou-se campeão. Enfim, voltando à polêmica do dia, eu gostaria que, “entregando” ou não, o Brasil tivesse perdido. E não é pela questão de enfrentar os EUA numa eventual semifinal, mas sim por escapar da Argentina nas quartas-de-final, em duelo que uma derrota significa ficar de fora da briga por medalhas. Os hermanos podem não estar na mesma forma do ouro de Atenas-2004, perderam duas vezes na primeira fase, mas, contra o Brasil é sempre outra história. Foi na base da motivação que, na mesma fase no Mundial de 2010, nós ficamos pelo caminho e os argentinos avançaram. Neste jogo chave de quarta-feira, eu acho que a pressão psicológica contra a França seria menor. Enfim, os cruzamentos já estão definidos e não tem o que escolher. A verdade é que “agora o bicho vai pegar”. Só espero que a Tropa de Elite na quarta-feira vista verde-amarelo! 

Argolas de Ouro


Desde 2004, o Brasil sonha com a primeira medalha olímpica na ginástica artística. Demorou, mas quando veio já foi logo um ouro, numa indescritível surpresa de Arthur Zanetti. O triunfo de hoje é justa homenagem ao esforço dos irmãos Hypolito, de Daiane dos Santos, de Jade Barbosa e de tantos outros ginastas e treinadores, que fizeram o seu melhor para esse salto de qualidade da ginástica brasileira. Se até então, o Brasil olhava principalmente para a disputa do solo, agora é a vez de olhar um pouco mais para cima até encontrar um par de argolas. É lá que Zanetti vale ouro!.

Argolas suspensas em desafio
Raça, equilíbrio e versatilidade
Técnica apurada e sangue frio
Homens-elásticos em disputa
Um deslize não tem mais volta
Resistência para superar todos

Zanetti não era o favorito olímpico
Azar de quem subestimou Arthur
Nada intimidou o jovem brasileiro
Espetacular apresentação sem erro
Tantos anos de esforço e sacrifício
Tudo compensado em Londres com
Inédito ouro na ginástica do Brasil

domingo, 5 de agosto de 2012

Raio Bolt

Não é a primeira vez que os 100m, a prova mais charmosa do atletismo, tem um bicampeão olímpico – o “filho do vento” Carl Lewis foi o mais veloz em Los Angeles-1984 e Seul-1988. Mesmo sem o ineditismo, o que encanta o mundo é a forma como Usain Bolt chegou a essa façanha. Quando todos os seus adversários estão visivelmente tentando ultrapassar o limite humano, Bolt passeia na pista. Vendo Bolt correr, eu sempre tenho a impressão de que ele nem cansa. O corpo de Bolt parece não ser feito das mesmas fibras e músculos humanos. É verdade que na etapa final de preparação para Londres, Bolt não obteve resultados tão consistentes e, tão rápido como o jamaicano, começaram as especulações: Bolt é isto, Bolt é aquilo. Realmente. Bolt é isto, é aquilo e muito mais. Para definir Bolt é preciso buscar na memória todos os superlativos que você conheça. Mas seja rápido. Pois se você demorar mais que 9s63, Bolt não estará mais por perto para ouvir seu elogio. Que o tempo é relativo todo mundo já sabe, mas para Bolt é tudo muitíssimo mais rápido. Não é à toa que o jamaicano fez do raio o seu símbolo.

Vencedor


Robert Scheidt e Bruno Prada chegaram à regata decisiva com a medalha olímpica garantida, faltando apenas definir a posição do pódio. A conquista do ouro dependia de uma combinação improvável de resultados. Por outro lado, os quatro pontos a frente dos suecos indicavam uma posição confortável na disputa da prata. Scheidt e Prada entraram hoje para velejar com um dilema: administrar a prata ou ir para o tudo ou nada em busca do ouro. Eu não entendo nada de iatismo, mas ficou bem claro que os brasileiros optaram por arriscar. Tentaram caminhos alternativos, apostaram em uma virada inesperada na direção dos ventos. As apostas não deram certo e, por fim, ficamos com o bronze. O ouro não veio e, de certa forma, acabaram deixando escapar a prata, mas Scheidt e Prada estão de parabéns. Tenho ouvido tanto a velha história que os atletas brasileiros “amarelam” no final. E agora, ninguém vai falar do arrojo da nossa dupla? Criticar o Prada já é sacanagem, agora falar alguma coisa do Scheidt é uma heresia. Com o honroso bronze de hoje, Scheidt chegou à quinta medalha olímpica, tornando-se o maior medalhista brasileiro de todos os tempos – o iatista Torben Grael também tem cinco medalhas, mas um prata a menos. E o mais impressionante é que Scheidt continua em plena forma, pronto para novas conquistas. O problema que, justamente no Rio-2016, a Star, atual classe de Scheidt, não está prevista no programa olímpico. Não sei ainda o que vai acontecer, mas tenho certeza de que Scheidt vai dar um jeito de estar presente no Rio. Mas agora não é hora de falar do futuro, voltemos ao presente. Um brasileiro ganhar uma medalha olímpica é um feito. Duas, um espetáculo. Três, memorável. Quatro, inexplicável. Cinco, façanha atingida apenas por dois heróis brasileiros. Cinco, sendo dois ouros, duas pratas e um bronze não tem adjetivos, mas sim um sujeito simples e vencedor: Robert Scheidt.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Recomeço

Decididamente este é um texto que eu não gostaria de escrever. O Brasil todo aguardava com muita expectativa a prova dos 50m livre, em que tínhamos chances reais de uma dupla medalha com César Cielo e Bruno Fratus. Infelizmente o resultado não foi o esperado, mas não é hora de buscar culpados. Eu sempre admirei - e continuo admirando - o Cielo pela frieza em alcançar uma meta traçada, independentemente dos desafios externos. Porém, acho que, desta vez, houve exagero no foco. O que era para ser motivação, virou pressão, o olímpico se transformou em paranóico e aí as coisas saíram do controle. O mágico do esporte é que, assim como na vida, sempre é tempo de recomeçar. E vamos combinar que essa retomada não começa do zero, muito pelo contrário. Cielo sai com um bronze olímpico no peito, prova de que existe um sólido alicerce vencedor. Agora é momento de muita calma e de transmitir todo o carinho ao nosso campeão. Ninguém precisa cobrar nada de Cielo, porque ele já faz isso por conta própria. Quem também não conseguiu a medalha esperada foi o Fratus, mas tenho certeza que ele saiu de cabeça erguida da piscina, após ter feito o melhor tempo da sua vida. E só perseverar por esse caminho que, é questão de tempo, para as grandes conquistas surgirem. Recomeço bem mais complicado terão as meninas do basquete, eliminadas ainda na primeira fase, e as garotas do futebol, também fora da briga por medalhas. O que dói não é a derrota em si, mas a forma desorganizada e apática demonstrada em quadra e no gramado. O Brasil sempre se destacou no cenário esportivo internacional pela irreverência. Que o recomeço de Cielo e das nossas meninas do basquete e do futebol passe por muita leveza e alegria.

Orgulho total

O judô do Brasil está de parabéns. O gigante Rafael Silva fechou a nossa participação nos tatames londrinos da mesma forma que o batalhador Felipe Kitadai abriu: com uma honrosa medalha de bronze. Por pouco, a conquista verde-amarela de hoje também não se repetiu com Maria Suellen Altheman. Pena que a brasileira enfrentou na disputa da medalha a verdadeira “Muralha da China”, Wen Tong, simplesmente heptacampeã mundial. Mas voltando ao Rafael, nosso judoca mostrou muita estratégia e sangue frio – quem disse que os nossos atletas não sabem trabalhar bem sob pressão – até conquistar o seu merecido lugar no pódio. O judô do Brasil fechou a conta em Londres com um ouro e três bronzes. E além desse recorde, o que chama mais atenção é que a nossa equipe é muito jovem, com muitos atletas com pouco mais de 20 anos. Ou seja, o que já foi excelente neste ciclo olímpico tem tudo para continuar e ser ainda mais impecável no Rio de Janeiro. Valeu a pena madrugar esta semana para ver a participação dos nossos judocas desde as primeiras lutas. Mesmo os que não conseguiram medalha, suaram muito no tatame mostrando que, antes de qualquer coisa, o importante é fazer o seu melhor. E por isso todos são vitoriosos, super bem representados pelas medalhas de Sarah, Mayra, Felipe e Rafael. Orgulho total!

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Façanha Olímpica

Michael Phelps tornou-se nesta semana o maior medalhista das Olimpíadas, incluindo até o período das competições na Grécia Antiga. Apesar da façanha ter sido conquistada na última terça-feira, Phelps não se acomodou e continuou perseguindo o seu primeiro ouro individual em Londres. Agora, não falta nada. Hoje, o  norte-americano deu um show nos 200m medley – o nosso Thiago Pereira cansou no final e não conseguiu repetir o pódio dos 400m medley –, desbancando o rival Ryan Lochte e voltou ao topo. Chegou ao 16º ouro olímpico e, de quebra, tornou-se o primeiro tricampeão olímpico em uma prova da natação. Assim é a vida de Phelps: vitória atrás de vitória, recorde atrás de recorde, triunfo atrás de triunfo. A verdade é que Phelps chegou aonde nenhum homem e nenhuma outra mulher chegou e dificilmente alguém voltará a chegar. Por tudo que ele representa, seria ótimo se ele encarnasse um pouco mais o espírito olímpico, sendo um pouco mais humilde e simpático. Seja como for, você pode até não gostar de Michael Phelps, mas é impossível não respeitar Michael Phelps.

Vale Ouro

Quem não acompanha de perto o judô, talvez não tenha entendido a dimensão que envolve um confronto entre a nossa Mayra Aguiar e a norte-americana Kayla Harrison. Após dez confrontos (infelizmente atualizados agora para 6 a 4 a favor de Kayla), as duas criaram uma rivalidade tipo Brasil x Argentina, Federer x Nadal, Senna e Prost (a F-1 não me parece adequado ao contexto olímpico, mas, modalidade a parte, o exemplo é bem significativo para mostrar o nível de competição a que se pode chegar). Enfim, o que eu quero dizer é que o embate entre Mayra e Kayla é disputado num nível técnico tão alto que pode existir um ganhador, mas não um perdedor. O confronto entre as duas judocas merecia ter como palco a final olímpica, mas quis o destino dos cruzamentos que o duelo fosse na semifinal. Mayra perdeu hoje, assim como já venceu a norte-americana ontem e com certeza voltará a ganhar amanhã. É lógico que todo atleta quer o ouro e eu não estou querendo aqui minimizar a façanha de Kayla. Mas, para mim, o que menos importa é a cor da medalha conquistada por Mayra. A vontade que essa gaúcha demonstrou hoje no tatame, inclusive superando uma contusão no braço na luta final, vale ouro. E o bom de tudo isso é que a nossa revelação tem apenas 21 anos, tempo suficiente para colecionar muitas outras medalhas, incluindo diversas douradas.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Falsa Impressão

Depois da façanha do primeiro dia com um ouro, uma prata e o bronze, a torcida brasileira ficou com a falsa impressão de que seria fácil a caminhada do Brasil em Londres. Olimpíadas não funcionam assim. É muito bom ver nossos atletas com chances reais de medalha em diversas modalidades, mas continuo repetindo: nenhum brasileiro tem a obrigação de voltar com uma medalha no peito. Mesmo com todo esse entendimento do cenário olímpico, em que a regra geral é voltar sem a medalha, é lógico que algumas derrotas são muito sofridas. O importante é que, passado a dor inicial, o nosso atleta levante a cabeça e tenha o orgulho de ter feito o melhor. É o caso do ginasta Diego Hypólito, que na sua segunda e provavelmente última tentativa de conquistar uma medalha, acabou não alcançando o seu objetivo. Só ele sabe todo o sacrifício que passou até aqui, mas quando ele estiver com a cabeça mais fria, espero que ele não volte a classificar a sua experiência olímpica como um fracasso. Ele realmente não foi bem em Londres e Pequim, mas um campeão mundial jamais será um fracassado. A desclassificação de Rafaela Silva também machucou. Uma coisa é o atleta cair de pé. A outra é ser eliminada da competição por uma punição inesperada. Ela vai ficar martelando esse momento por algum tempo até como forma de aprendizado, mas é bom lembrar que a judoca da Cidade de Deus tem apenas 20 anos e um universo de oportunidades. Talvez a medalha que não chegou agora na Inglaterra esteja guardada para vir daqui quatro anos com todo o sabor especial de uma vitória no Rio de Janeiro. Quem também deve estar perguntando o que faltou é o judoca Leandro Guilheiro, que chegou voando em Londres, como primeiro do ranking e vindo de conquista de medalha em todas as competições que participou neste ciclo olímpico. Eu respondo o que faltou: nada. No judô, em que tudo acontece num dia, um detalhe já é suficiente. O mesmo detalhe que já lhe rendeu duas medalhas, inclusive quando se recuperava de contusão, desta vez não vestiu verde-amarelo. Simples assim. O importante é que Leandro continua um guerreiro.  Nesta mesma linha, já fica o recado para os próximos dias. César Cielo não é favorito a ganhar uma medalha nos 100m livre. Se chegar no pódio é porque realmente Cesão é um fenômeno das águas.

sábado, 28 de julho de 2012

Impressionante

A imprevisibilidade do esporte é algo realmente apaixonante. Todo mundo sabe da saga que Thiago Pereira percorreu para conseguir transformar todo o seu potencial numa medalha olímpica. O mais engraçado é que o alvo, que era quase uma obsessão, foi conquistado justamente na hora que nem ele esperava. Talvez esteja aí o segredo. Na hora que Thiago relaxou, neutralizou a autocobrança, o resultado veio. Thiago chegou a Londres com um objetivo bem claro: concentrar todas as suas forças nos 200m medley, prova que é sua especialidade. A prova dos 400m medley, logo no primeiro dia das Olimpíadas, iria ser utilizada apenas para ganhar ritmo de competição. E assim, Thiago caiu na piscina. Até a metade da prova, nosso nadador não estava nem perto da briga no pódio, apenas fazendo o “treinamento de luxo” que havia programado. Descompromissado, veio o nado peito e uma virada inacreditável. Thiago foi simplesmente avançando, deixando para trás ninguém menos que o multicampeão Michael Phelps. No nado livre, Thiago continuou na sua batida vitoriosa até a última braçada. Na prova que o norte-americano Ryan Lotche está sobrando, a prata de Thiago tem sabor de ouro. A medalha demorou a chegar, mas veio de maneira inesquecível, mais do que merecida. E o melhor é que ainda tem os 200m medley. Que surja na piscina londrina um Thiago tão relaxado quanto o de hoje, simplesmente impressionante.

Salve Sarah

Saiu do Piauí para Londres com um sonho
Acreditava no que parecia impossível
Raça, suor e perseverança no tatame
A Olimpíada era a chance que buscava
Hora do mundo conhecer a força de Sarah

Mulher sem medo de adversidades
Eliminou uma a uma suas concorrentes
Na final, o desafio contra a atual campeã
E daí, hoje era dia da pequenina brazuca
Zeus abre a porta do Olimpo para Sarah
Espetacular inédito ouro de nossa judoca
Sonho de uma nação vira doce realidade

Só Pra Começar


As Olimpíadas seguem sempre um ritual de expectativa: quando sairá a primeira medalha do Brasil? E o primeiro ouro então? Desta vez, nossos guerreiros brazucas não quiseram deixar muito tempo para especulação e já foram dando a resposta logo nas primeiras oportunidades. A modalidade vitoriosa é justamente o Judô, que é a nossa maior aposta em quantidade de medalhas. Eu vim com uma conservadora aposta de três pódios para nossos judocas, mas mesmo o pessoal que aposta numa chuva de medalhas brasileiras no tatame não listava o “aniversariante do dia” Felipe Kitadai. Para nossa sorte, Kitadai não se incomodou com o descrédito e fez questão de buscar o seu presente. O dia do niver acaba à meia-noite, mas o até então inesperado, daqui para frente devidamente corrigido para esperado e merecido Bronze é seu para sempre. Valeu à pena madrugar para ver sua lição de raça e humildade. Como se isso não bastasse, o primeiro dia de competições ainda reservou o nosso primeiro ouro feminino no judô para a guerreira Sarah Menezes que, o mínimo que merece, é um texto a parte. Afinal, esse texto ficou para o Kitadai. Cada um com sua medalha, cada um com seu texto.

domingo, 22 de julho de 2012

Contagem Regressiva

Enfim, está chegando a hora de começar o espetáculo olímpico. A menos de uma semana da cerimônia de abertura, os atletas acertam os últimos detalhes para a “hora da verdade”. Eu sempre gosto de enfatizar que, da forma que o esporte é tratado no Brasil, nenhum atleta nosso tem a obrigação de conquistar uma medalha. Tudo que vier em Londres é resultado do sacrifício pessoal de cada um. De qualquer forma, estou muito confiante e acredito que nossa delegação tem tudo para fazer a maior participação verde-amarela de todos os tempos. O meu palpite é que repetiremos o total de 15 medalhas de Atlanta-96 e Pequim-08, só que com um recorde de medalhas de ouro: seis. Para quem acha que eu estou bem otimista, explico as minhas contas. As 15 medalhas seriam assim distribuídas: seis para os esportes coletivos (incluindo aí as duplas do vôlei de praia); três para o judô; três para o atletismo/natação; duas para o iatismo; e uma para as outras modalidades (hipismo, ginástica e taekwondo). Os ouros viriam três vezes dos esportes coletivos (novamente contando com o vôlei de praia), um do iatismo e dois destaques individuais. Tudo explicado, agora é esperar a Pira Olímpica acender e o show começar.  

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Sempre Felipão

Felipão pode não estar no melhor da sua forma, mas vamos combinar que o Palmeiras também não. A verdade é que o Felipão sabia que a única chance de o Verdão ser campeão nacional e voltar a Libertadores era ganhando a Copa do Brasil. Na raça, jogo a jogo, Felipão comandou o grupo em busca do que parecia impossível. A verdade é que uma vez Felipão, sempre Felipão!!

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Ninguém Merece

Faz tempo que eu não torcia tanto num jogo de futebol. Mas fazer o quê? Logo o Boca, algoz dos brasileiros várias vezes, resolveu ser “meia boca” justamente contra o Corinthians. Eu falo que não dá para confiar nos hermanos. Enfim, demorou, mas chegou a vez do Bando de Loucos conquistar a América. Se vence no esporte quem sabe perder, lá vai meu parabéns ao Timão. Depois de muitas tentativas, incluindo uma eliminação precoce na Pré-Libertadores, o Corinthians fez tudo certo desta vez. A grande arma da equipe de Tite não foi ter uma grande estrela – se bem que o iluminado Romarinho, surpresa na Argentina, e o inspirado Emerson, com os dois gols no Pacaembu, se candidataram a heróis da Fiel. O segredo alvinegro foi apostar num grupo coeso e focado no objetivo. Com uma campanha invicta, o sonho, que já estava virando pesadelo, virou realidade. Além de voltar a sentir emoção com o futebol, essa quarta-feira me trouxe a certeza de o quanto é bom morar no refúgio da Serra Gaúcha. Vamos combinar que encontrar pessoalmente um corintiano nesta semana ninguém merece!

domingo, 1 de julho de 2012

Fúria Na Medida Certa

O melhor time do mundo? Barcelona. A melhor seleção do mundo? Espanha. Essas duas respostas saem prontas, unanimidades reconhecidas até pelos torcedores rivais. Agora, a próxima pergunta é bem mais difícil: num hipotético jogo entre o Barça e a Fúria, quem levaria a melhor? Há quem diga que a Espanha nunca chegará a ser o Barcelona, porque o destino quis que Messi nascesse argentino. Por outro lado, se a Espanha não tem o pequeno mago, tem o gigante Casillas, segurança na defesa e liderança capa de unir os craques de Barcelona e Real Madrid em busca do mesmo objetivo. Outro gol a favor da Espanha é que se o Barça passou essa temporada sem títulos, a Fúria continua imbatível. Como todo grupo campeão, os espanhóis deixaram o melhor para a final. Depois de uma campanha com um empate na primeira fase e a vaga para a decisão garantida apenas na disputa dos pênaltis, a Espanha levantou a taça com uma convincente goleada de 4 a 0. Deu dó dos italianos, mas não tem muito o que fazer: tem seleção que encanta, tem seleção que ganha. A Espanha encanta e ganha. A Copa de 2014 pode até ser nossa, mas, a não ser que mude muita coisa até lá, a taça é espanhola, Fúria na medida certa.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Um Grande Palmeirense

A escolha do time do coração, normalmente tomada ainda na infância, vem por referência de alguém próximo. No meu caso, tive algumas influências, mas sem dúvida o grande responsável por eu ser palmeirense é o Tio Odair. Quando tomei a decisão, o Palmeiras passava pela seca de títulos da década de 80 e início dos anos 90, mas isso não importava. A alegria que o tio passava a cada vitória do Verdão, a empolgação que ele cantava (sempre com o pandeiro) o hino alviverde, a emoção com que relembrava as conquistas da época da “Academia”, tudo isso me contagiou. Foi ele também uma das pessoas que mais incentivou o meu gosto pela escrita, mas isso é outra história... Voltando ao Palmeiras, lembro da tarde que fui com o tio e o meu pai a um Palmeiras e São Paulo no Morumbi. Simplesmente inesquecível!  Eu já era adolescente, quando o tio me chamou para uma verdadeira conversa de pai para filho. A partir daquele dia, a camisa do eterno Ademir da Guia, que ele guardara por tantos anos, era minha. Ainda não consegui achar um local para expô-la como a verdadeira jóia que é, mas ela está lá, protegida na caixinha de objetos que tem um valor sentimental incalculável. Para qualquer palmeirense, essa camisa é objeto de desejo por ser do grande Ademir. Para mim, ela é isso e muito mais: afinal, é a camisa do Tio Odair, parceiro que sempre vou lembrar com muito carinho. Hoje, o Palmeiras perde um grande torcedor e eu, um grande tio, sempre amigo.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

LeBron é Bom!

Confesso que torci pelo Oklahoma City Thunder e continuo achando que o “astro da década” será o Kevin Durant. Mas, porém, contudo, entretanto, todavia, quem está brilhando por hora é o Miami Heat de LeBron James. Depois de duas finais em que LeBron teve que se contentar com o vice, desta vez ele fez o que todos esperavam dele: com ou sem marcação, com ou sem cãibra, LeBron foi decisivo. No jogo final, ele simplesmente fez um "triplo-duplo" com 26 pontos, 13 assistências e 11 rebotes. Se até então, seus críticos usavam como principal argumento o fato dele afinar nos momentos decisivos, LeBron mostrou maturidade no confronto com Durant. Aliás, esse duelo na final, com certeza, foi só o primeiro de muitos. Para Durant, que também foi muito bem, um duro aprendizado. Para LeBron, pacote completo: melhor jogador da temporada, das finais e campeão. Temporada perfeita, que ainda não acabou. Para o bem do esporte, LeBron deve estar em Londres, ao lado de Durant e Kobe, numa combinação perfeita. Já escrevi em outro texto que acho descabida a comparação entre Jordan e LeBron, mas sem dúvida o ala do Miami imortalizou o seu nome depois do "showtime" deste ano. Se Jordan segue único, LeBron é bom, é muitíssimo bom!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Gostei!!!

Depois de muitas especulações, a diretoria do Franca anunciou o grupo que vai ser o responsável por marcar uma nova fase na capital nacional do basquete. É lógico que qualquer montagem de elenco é um debate sem fim. Com certeza eu tenho algumas preferências (queria muito ver a volta do Benite e a manutenção do Drudi), mas, de uma maneira geral, gostei bastante das contratações e acho que é um projeto que tem tudo para dar certo. Acho que Lula e a diretoria conseguiram uma mistura muito inteligente. Figueroa, Teichmann e Ivanovic não são grandes estrelas, mas têm consistência e experiência para serem as referências para a “garotada”. Cauê Borges, Ricardo Zanini e Jefferson Socas já deixaram de ser promessas e estão prontos para assumir a responsabilidade. Lucas, Taddei e Léo Meindl terão, enfim, mais tempo em quadra para mostrar seu talento. Zezão e Jhonatan são boas apostas para o rodízio que toda equipe precisa ter. Enfim, é um conjunto versátil e bastante promissor. Agora é só deixar o Lula orquestrar essa turma. Ele, melhor do que ninguém, sabe que o momento é de paciência e persistência. Não adianta esperar um time pronto, que vai começar ganhando tudo o que vem pela frente. Toda reconstrução é tijolo por tijolo, mas certamente a nova morada francana está sendo erguida com sólido alicerce.

sábado, 9 de junho de 2012

Messi, a previsibilidade imprevisível do gênio


Para mim, o resumo do jogaço de hoje é o seguinte: o Brasil ganhou da Argentina e perdeu de goleada para Messi. Os três golaços são praticamente idênticos na essência: Messi arranca de longe; se alguém aparecer na frente, simplesmente é driblado; caso contrário, segue numa diagonal certeira até o momento em que, o que aparentemente seria mais um passo, se transforma no chute decisivo de gol. Assim como Garrincha, que sempre driblava para o mesmo lado, o craque argentino não inventa. Messi tem a previsibilidade imprevisível do gênio! O show de Messi só não é mais assustador porque, para a tristeza do futebol e alegria do Brasil, a Argentina não estará em Londres tentando o tri olímpico. Sem o rival argentino, quem sabe o craque em Londres não será Oscar, a nossa ótima surpresa enquanto Ganso ainda é dúvida e Neymar não é nem a sombra do mágico do Santos.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Recomeço

Em primeiro lugar, parabenizo o Hélio Rubens pela sábia decisão de ir em busca do merecido descanso. Ressalto o que já disse no último texto: ídolo é ídolo porque sabe, inclusive, a hora de parar. Na certeza do dever cumprido, obrigado, obrigado e obrigado, Hélio. Em relação ao processo de recomeço do basquete francano, algumas ponderações: fiquei muito feliz com a presença do Edu Mineiro na nova diretoria. Com tantos ex-jogadores radicados na cidade, acho fundamental essa participação nos bastidores de quem vivenciou muita coisa em quadra. Em relação ao novo técnico, eu, particularmente, preferia alguém ligado à escola francana, mas não se pode dizer que o Lula Ferreira é uma má opção. Com certeza é um profissional de muita qualidade. Além do mais, o período que passou na gestão do NBB ajudou, e muito, para afastar a rivalidade do período do COC/Ribeirão. Mais do que a escolha do novo técnico, o fundamental é a escolha do novo time. Se o Lula vier com uma proposta de realmente começar do zero com atletas jovens, tem tudo para dar certo, principalmente a médio prazo. Agora, se quiser trazer seus “homens de confiança”, como Nezinho e Alex, será complicado. Não há o que se falar da qualidade técnica deste grupo, haja vista a conquista do tricampeonato de Brasília no último final de semana. Mas se é para ser um recomeço não se pode partir de uma história que já tem início, meio e quase fim. Bem vindo a Franca e tudo novo, de novo, Lula!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Obrigado Hélio Rubens

Dificilmente é o que vai acontecer, mas eu gostaria, sinceramente, que a derrota de hoje para o São José tenha sido a despedida do multivencedor Hélio Rubens do comando do Franca. Depois de mais de 50 anos dedicados ao basquete, Hélio, maestro dentro e fora das quadras, chegou ao nível em que não precisa provar mais nada para ninguém. Filho do precursor Chico Cachoeira, irmão de Totô e Fransérgio, pai de Helinho, discípulo do Pedroca (o “Pai de Tudo”), a trajetória vitoriosa de Hélio se confunde com a própria história do basquete francano. Todo torcedor do Franca tem um imenso carinho pelo Hélio, mas o meu é especial. Além de todas as alegrias em quadra, Hélio Rubens me honrou com o privilégio de ser o autor do prefácio do meu livro sobre o basquete francano. Seja como jogador ou como técnico, Hélio esteve presente em praticamente todas as grandes conquistas do Franca Basquete. Ele também mostrou seu talento na seleção brasileira. São tantas vitórias, tantos momentos de superação, que a única pessoa capaz de manchar essa vida dedicada ao basquete é o próprio Hélio Rubens. Ídolo é ídolo porque sabe, inclusive, a hora de parar. Saia de cabeça erguida, com a certeza do dever cumprido. No mais, obrigado, obrigado e obrigado, Hélio.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Então Já Era

O que já era difícil, ficou praticamente impossível. Depois de um playoff sólido contra o Paulistano, a torcida francana passou a ter um fio de esperança de que o time poderia impor algum tipo de resistência ao líder São José, mas, decididamente, não foi o que aconteceu. Novamente o que se viu foi uma equipe sem padrão de jogo, frágil na defesa, precipitada no ataque e sem qualquer poder de reação. Com a derrota no Pedrocão por 15 pontos, Franca está virtualmente eliminada do NBB. Se tem alguma coisa na partida de hoje que Franca pode comemorar foi a atuação do jovem Lucas, impecável com 10 pontos e 100% de acerto. Aliás, com a temporada 2011 praticamente encerrada, passou da hora de Franca pensar no futuro e, com certeza, uma trilha de sucesso no ano que vem passa pela manutenção do Lucas e por uma boa reformulada no elenco. Falando em mudanças, o torcedor francano ficou com uma saudade danada da dupla Fúlvio e Murilo – ah, como seria bom que eles voltassem, assim como o Benite. Mas isso é só um ótimo sonho. Voltando ao presente, o Joinville, na outra partida da noite, fez o que Franca não conseguiu: ganhou em casa do Pinheiros e agora jogou a pressão para o adversário. Esta série parece que vai ser emocionante do começo ao fim. Enquanto isso, Franca e São José, lamento dizer, mas já era!

terça-feira, 24 de abril de 2012

Nada Mudou

Há algumas horas o Barcelona era tido como o melhor time de todos os tempos; uma equipe imbatível, de outro planeta; o maestro Messi já era comparado ao inigualável Pelé. Agora, com a eliminação na semifinal da Liga dos Campeões para o Chelsea, já tem gente dizendo que o Barça não é mais o mesmo. Para alguns mais exagerados, o time catalão já não seria páreo nem para o Tabajara Futebol Clube; Messi, um grande pipoqueiro; Guardiola, um técnico qualquer. Pára tudo! Não é um jogo que vai fazer o Barcelona deixar de ser o time único, mágico e inovador que encantou – e vai continuar encantando por um bom tempo – o Mundo da Bola. Com certeza nada mudou. Talvez a única coisa que ficou diferente é que os guerreiros do grande Barça ficaram um pouco mais humanos. Afinal, no jogo da vida ninguém é invencível!

sábado, 21 de abril de 2012

Para Pensar

A final da Superliga masculina entre Cruzeiro e o Vôlei Futuro/Araçatuba chama a atenção por um detalhe: ao contrário da final feminina entre Rio e Osasco em que metade da seleção brasileira estava de um lado e a outra metade do outro, entre os homens nenhuma das grandes estrelas da seleção do Bernardinho estava em quadra. Não conheço o vôlei tão a fundo para fazer uma análise se a ausência dos craques da seleção na final é só uma curiosidade ou revela alguma necessidade de mudança. Já falei outras vezes no blog da admiração que tenho pelo Bernardinho e, tudo que o Brasil ganhou nos últimos anos, com certeza fala por si só. Além do mais, uma renovação radical na véspera das Olimpíadas não seria nada produtiva. Então, muita calma nesta hora. Isto vale para a mídia, que aproveitou a final deste sábado para pressionar pelo retorno do levantador Ricardinho à seleção. Realmente ele não tem que provar mais nada em quadra, mas o Bernardinho sabe, melhor do que ninguém, que a vitória começa no equilíbrio psicológico e na força da união de todos. Por isso eu, particularmente, continuaria sem convocar o Ricardinho. Para mim, se é hora de fazer alguma mudança, a aposta tem que ser no levantador William, que liderou o Cruzeiro na conquista da Superliga. Afinal, um atleta que tem o apelido de “Mago”, realmente é alguém para o Bernardinho pensar.