Eu acompanho as Olimpíadas desde que me
conheço por gente e não me lembro de uma trajetória tão espetacular como a das
nossas meninas do vôlei. Não foi uma campanha invicta e inquestionável e é
justamente aí que está o diferencial deste grupo. Por várias vezes estiveram
por um triz da eliminação, mas nunca desistiram, nem quando o adversário era o
franco favorito, como foi contra a Rússia e os EUA. O exemplo de superação, de
dar a volta por cima, de nunca desistir é que traz ao ouro de hoje um sabor
especial. Quando começou as Olimpíadas, eu tinha uma meta para o blog: escrever
um texto para cada medalhista brasileiro e, no caso de um ouro, escrever um
acróstico (poema em que a primeira linha de cada verso forma um nome). Caso
este ouro fosse de um esporte coletivo, a idéia era fazer o acróstico com o
nome da modalidade, por exemplo, vôlei feminino. Agora, depois de tudo que esse
grupo fez em Londres, achei que o mínimo que eu poderia fazer era citar o nome
delas no poema. E lógico que o Zé Roberto, o primeiro tricampeão olímpico do
Brasil não poderia estar de fora.
Algumas coisas só
acontecem
Dentro do universo
olímpico
Eu já vi vitórias
inesperadas
Nada parecido com a de
hoje
Indescritível virada
da vida
Zeus tem orgulho das
nossas
Inigualáveis
guerreiras do vôlei
Apostaram em nunca
desistir
De uma 1ª fase
irreconhecível
Atropeladas por EUA e
Coréia
Não parecia que era possível
Insistir no sonho do
bi olímpico
Foi por pouco que não
demos
Adeus ainda na etapa
inicial
Brasil necessitava de
uma
Improvável combinação
para
Avançar as
quartas-de-final
Num exemplo de
esportividade
As americanas não ‘entregaram’
Foi aí que tudo
começou a mudar
A vitória contra a
Sérvia trouxe
Bravura, alegria e
muita energia
Inspiradas, seguimos adiante
Felizes novamente em
quadra
Encaramos as temidas
russas
Rivais entaladas na
garganta
Não tem como esquecer
Atenas
Ainda mais depois das
derrotas
Nas finais dos últimos
mundiais
Desta vez tinha que
ser diferente
Assim foi o momento do
ápice
Ganhando desde o
início do jogo
A vitória russa
parecia inevitável
Raça verde-amarela
para virar
Após defender seis
match-points
Yes, o dia de lavar a
alma chegou
Japão era o adversário
da semi
A disciplina oriental
era o desafio
Qualquer deslize
poderia ser fatal
Uma apresentação sensacional
E a vaga na final estava
garantida
Lá a tarefa era muito
mais difícil
Inquestionável
favoritismo dos EUA
No primeiro set, um
grande susto
Era o fim desta
história tão bonita?
Não seria justo com
nossas meninas
A caminhada épica da
volta por cima
Tinha que ser coroada
com o topo
Aos poucos equilibramos
a partida
Levantamentos e
ataques perfeitos
Implacáveis na defesa
e no bloqueio
Até o último ponto da
consagração
Parece que essa
medalha de ouro
Alcança uma dimensão
mágica
Uma conquista que passa
qualquer
Limite do esporte num
tom heróico
Ao mesmo tempo que é tão
humano
Show de um grupo que
renasceu
Hora de orar para
agradecer por tudo
E dá-lhe cambalhotas
das campeãs
Inesquecível a
felicidade no pódio
Leveza e a dança do
dever cumprido
Lá estavam as nossas 12
guerreiras
A primeira era Jaque,
estrela da final
Thaisa é vibração e garra
na rede
A Sheilla contra a
Rússia foi demais
Não existe bola perdida
para a Fabi
Dani foi a maestra
perfeita da equipe
A liderança coube à
capitã Fabiana
Ritmo nas mãos de
Fernandinha
Adenizia foi raça quando
entrou
Tandara é aposta para
o Rio-2016
Homenagens à supermãe
Paula
A vaga de Natalia foi
na superação
Impossível não lembrar de Fer Garay
Sassá, Juciely, Brait,
Fabíola e Mari
A medalha tem um pouco
de vocês
Zé Roberto não pode
faltar na lista
É ele o pai de três
ouros olímpicos