sábado, 10 de maio de 2014

Continuidade

Bem que eu gostaria que Franca fosse a surpresa da semifinal do NBB, mas essa honra ficou com o Mogi que eliminou o favorito Limeira, mesmo jogando fora de casa. Por um instante, Franca chegou a passar a sensação que protagonizaria nova virada histórica, desta vez contra o Paulistano – mas duas vezes no mesmo campeonato seria demais. Coube a Franca novamente ficar no quase,  deixando aquele gostinho de que dava para ir mais longe, mas, ao mesmo tempo, a sensação de dever cumprido, afinal não faltou raça ou empenho. Num momento de eliminação é preciso ter calma na avaliação. É bom voltar à origem deste projeto de reformulação do Franca Basquete, que iniciou há duas temporadas atrás. Na minha primeira análise, dei todo o meu voto de confiança, mas afirmei que era preciso ter calma, pois os primeiros grandes resultados viriam em três, quatro temporadas. Ou seja, a derrota de hoje era, de certa forma, já esperada. É lógico que alguns ajustes para a próxima temporada são necessários, mas acho que a palavra de ordem da nova presidência do Franca Basquete tem que ser “continuidade”. Continuidade de Lula e sua comissão técnica, continuidade da base dos jogadores, continuidade do espírito de raça e superação. Continuidade até do meu discurso: acho que ainda falta a estrela do time, o cara que vai ser a referência no ataque – sem esquecer, é claro, da parte defensiva. Acho que a diretoria tem que se esforçar ao máximo para manter a base: Socas, Léo, Lucas e Paulão (este, com certeza, o maior acerto desta temporada) só podem sair se forem desbravar o cenário internacional. Caso contrário, o Pedrocão tem que continuar sendo o lar de lapidação e amadurecimento do talento dessa garotada. Não gosto de perder, mas a forma como Franca vendeu caro a sua eliminação mostra que o projeto está no rumo certo. É preciso reconhecer também que o Paulistano iniciou esse projeto sólido liderado pelo técnico Gustavo Conti antes da reformulação francana. Assim, era até merecido que eles chegassem lá antes. Agora para 2014/2015 não tem conversa: a vaga de sensação do campeonato tem que ser da Capital do Basquete. Continuidade do sonho que Franca volte a ser o que nunca deveria ter deixado de ser.