Bem que eu gostaria que Franca fosse a
surpresa da semifinal do NBB, mas essa honra ficou com o Mogi que eliminou o
favorito Limeira, mesmo jogando fora de casa. Por um instante, Franca chegou a
passar a sensação que protagonizaria nova virada histórica, desta vez contra o
Paulistano – mas duas vezes no mesmo campeonato seria demais. Coube a Franca
novamente ficar no quase, deixando aquele gostinho de que dava para ir mais longe,
mas, ao mesmo tempo, a sensação de dever cumprido, afinal não faltou raça ou empenho. Num
momento de eliminação é preciso ter calma na avaliação. É bom voltar à origem
deste projeto de reformulação do Franca Basquete, que iniciou há duas temporadas
atrás. Na minha primeira análise, dei todo o meu voto de confiança, mas afirmei
que era preciso ter calma, pois os primeiros grandes resultados viriam em três,
quatro temporadas. Ou seja, a derrota de hoje era, de certa forma, já esperada.
É lógico que alguns ajustes para a próxima temporada são necessários, mas acho
que a palavra de ordem da nova presidência do Franca Basquete tem que ser “continuidade”.
Continuidade de Lula e sua comissão técnica, continuidade da base dos
jogadores, continuidade do espírito de raça e superação. Continuidade até do
meu discurso: acho que ainda falta a estrela do time, o cara que vai ser a
referência no ataque – sem esquecer, é claro, da parte defensiva. Acho que a
diretoria tem que se esforçar ao máximo para manter a base: Socas, Léo, Lucas e
Paulão (este, com certeza, o maior acerto desta temporada) só podem sair se
forem desbravar o cenário internacional. Caso contrário, o Pedrocão tem que
continuar sendo o lar de lapidação e amadurecimento do talento dessa garotada. Não
gosto de perder, mas a forma como Franca vendeu caro a sua eliminação mostra
que o projeto está no rumo certo. É preciso reconhecer também que o Paulistano
iniciou esse projeto sólido liderado pelo técnico Gustavo Conti antes da reformulação francana. Assim, era até merecido que eles chegassem lá antes. Agora para 2014/2015 não tem conversa: a
vaga de sensação do campeonato tem que ser da Capital do Basquete. Continuidade do sonho que Franca volte a ser o que nunca deveria ter deixado de ser.