O Flamengo sagrou-se campeão da Liga das
Américas de Basquete, diga-se de passagem, numa final contra o Pinheiros, que
era o atual campeão. A conquista rubro-negra é o segundo título continental
brasileiro nesta temporada, já que o Brasília é o atual campeão sulamericano.
Essa sequência de títulos das equipes brasileiras leva uma reflexão: o Brasil
(deixando sempre os EUA como um universo basquetebolístico a parte) voltou a
ser o melhor da América? Esses títulos poderiam dizer que sim, mas a realidade
da seleção brasileira, que só entrou no Mundial por um convite da Fiba,
demonstra que não. Acho que estes resultados dos clubes brasileiros não revelam uma melhora do basquete nacional, mas sim um pequeno avanço na economia
verde-amarela. Com uma economia um pouco mais estável do que as dos países
vizinhos, conseguimos manter talentos locais como Alex e Giovannoni, no Brasília,
Marquinhos, no Flamengo, e atrair estrangeiros de melhor qualidade – inclusive representantes
sulamericanos como o uruguaio Osimani, do Brasília, e o argentino Laprovittola,
do Flamengo. Já os vizinhos, sobretudo os argentinos, não mantiveram suas principais referências no campeonato interno. Mas, quando o assunto é
seleção, todos voltam, inclusive os da NBA e aí o Tango continua soberano.
Apesar da hegemonia brasileira ser superficial, ainda sim há motivos para
comemorar. O nível técnico do NBB melhorando, inclusive a partir de boas
referências estrangeiras, pode gradativamente reacender o potencial dos
brasileiros. Mantendo esse padrão por alguns anos, aí sim podemos ter um efeito
benéfico para a seleção. Sigo na torcida que o basquete do Brasil volte a ser,
no mínimo, o melhor das Américas. Por ora, deixa os cariocas comemorarem...