A escolha do time do coração,
normalmente tomada ainda na infância, vem por referência de alguém próximo. No
meu caso, tive algumas influências, mas sem dúvida o grande responsável por eu
ser palmeirense é o Tio Odair. Quando tomei a decisão, o Palmeiras passava pela
seca de títulos da década de 80 e início dos anos 90, mas isso não importava. A
alegria que o tio passava a cada vitória do Verdão, a empolgação que ele cantava (sempre com o pandeiro)
o hino alviverde, a emoção com que relembrava as conquistas da
época da “Academia”, tudo isso me contagiou. Foi ele também uma das pessoas que
mais incentivou o meu gosto pela escrita, mas isso é outra história... Voltando
ao Palmeiras, lembro da tarde que fui com o tio e o meu pai a um Palmeiras e
São Paulo no Morumbi. Simplesmente inesquecível! Eu já era adolescente, quando o tio me chamou
para uma verdadeira conversa de pai para filho. A partir daquele dia, a camisa
do eterno Ademir da Guia, que ele guardara por tantos anos, era minha. Ainda
não consegui achar um local para expô-la como a verdadeira jóia que é, mas ela
está lá, protegida na caixinha de objetos que tem um valor sentimental
incalculável. Para qualquer palmeirense, essa camisa é objeto de desejo por ser
do grande Ademir. Para mim, ela é isso e muito mais: afinal, é a camisa do Tio
Odair, parceiro que sempre vou lembrar com muito carinho. Hoje, o Palmeiras
perde um grande torcedor e eu, um grande tio, sempre amigo.