Infelizmente não estou aqui para homenagear um grande atleta, tampouco para ressaltar uma façanha esportiva. O destaque de hoje fica por conta de uma derrota do Esporte, derrota da Vida. Imagine uma professora de tênis, que ouviu de uma mãe, em alto e bom tom na frente de uma turma de garotos, que seu filho não mais faria as aulas de tênis porque ela não pagava para o menino ficar recolhendo as bolinhas. Com um pensamento assim é melhor mesmo que esta família se afaste do tênis. Afinal, de nada adianta o esporte se não for para consolidar disciplina e valores morais. Não é à toa que no meu livro sobre o basquete de Franca o mestre Pedroca recebeu um capítulo à parte. Durante toda a trajetória vencedora deste esportista - e educador na essência - seu principal lema era: vamos formar primeiro o homem, depois o atleta. “Quero ensinar um pouco de futebol, vôlei, basquete, handebol, atletismo e ginástica. Se depois virar um Hélio Rubens, muito bem. Se não, praticou esportes”, explicava Pedroca a todos os pais. Voltando ao tênis é oportuno lembrar a essa mãe que, antes de conquistar o Mundo, Guga pegou muita bolinha por aí e se, quase dois anos depois de abandonar as quadras, ele continua sendo um ídolo nacional é porque ele nunca perdeu a simplicidade, aprendida desde pequeno no convívio com a família.