Analisando apenas a final de hoje não dá para
falar uma vírgula do Brasil. Time aguerrido, entrosado, incansável, implacável
e, faz parte dos times campeões, até com uma dose de sorte. O Brasil que sai
das Copas das Confederações em nada se parece com aquele amontoado de dúvidas e
incertezas do início da competição. Além de o Brasil voltar a ter uma espinha
dorsal, Neymar jogou na seleção o que fez o Barcelona se encantar, sem falar
que Fred foi a certeza de que temos novamente um legítimo camisa 9. Agora de um
ponto de vista mais profundo esta vitória, ainda mais por goleada, preocupa. Ao
longo da semana (veja o texto “Força Espanha!”), já havia expressado toda a
minha temeridade em relação a uma eventual vitória verde-amarela contra a
Espanha. A um ano da Copa, esta vitória pode dar uma falsa impressão de que voltamos
a ser os melhores do mundo. Fomos bem, mas é só um torneio preparatório, que
pode ser bem traiçoeiro. Basta ver o retrospecto: nunca uma seleção que ganhou
a Copa das Confederações conseguiu levantar a taça no Mundial do ano seguinte.
Espero que Felipão tenha consciência disto e consiga manter o seu grupo focado
para o objetivo que realmente interessa: o hexa. Se dentro de campo, hoje foi
dia de resgatar um pouco nosso prestígio, espero que as manifestações pacíficas
continuem em busca de outras conquistas.