Quem gosta de basquete ficou encantado ontem com o lance de reflexo e destreza do armador do Franca Fernando Penna, que passou a bola por entre as pernas do ala do Flamengo David Teague no final do jogo que garantiu ao time paulista a vaga na final do NBB. A parte ruim desta história é que este momento especial veio acompanhado por uma desproporcional reação do armador Marcelinho, que provocou uma briga desnecessária alegando uma falta de respeito do armador francano. Como torcedor declarado do Franca Basquete, hesitei em escrever este texto achando que a credibilidade poderia ficar comprometida, mas depois de um e-mail que recebi de um grande amigo meu hoje à tarde, mais a oportuna reportagem do Globo Esporte São Paulo, decidi me manifestar. Afinal, casualmente o protagonista do lance é de Franca, mas o assunto que quero debater transcende o jogo de ontem e vale para o esporte de uma maneira geral. No texto “Deixa Brincar” eu já comentei a minha preocupação sobre o rumo atual do esporte. O politicamente correto excessivo não combina com ginásios e estádios. Este cenário em que nada pode, jamais permitirá o nascimento de um novo Garrincha, imortalizado pela sua irreverência, nunca confundida com provocação ao adversário. O interessante é que o jogador que se sentiu desrespeitado foi o Marcelinho, que nem estava no lance. O próprio Teague, dos EUA, não esboçou nenhuma reação. Talvez porque ele venha do país do basquete e saiba reconhecer um lance de habilidade. A verdade é que o esporte oferece rica chance de saber perder. E quem aprende esta lição dificilmente sairá derrotado no jogo da Vida.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Bola Brasilis
Depois de um período de férias, estou de volta ao blog e prometo nos próximos dias retornar ao debate dos principais eventos esportivos da semana. No momento, o texto da volta é uma homenagem a todos os anônimos que levam o esporte muito a sério, com uma paixão e dedicação que todo atleta profissional deveria ter.
Bola Brasilis
A constelação de estrelas
Que brilha no peito brasilis
Decididamente não surge por sorte
A essência vive carinhosamente
Em todos os cantos do país
Com muitos sotaques sempre se vê
Um menino apreensivo que pula
Estala os dedos e aguarda
Um assobio que o libera
Para defender atentamente
Um limite de sete passos
Demarcado por dois chinelos
De um lado o barranco é o fim
Do outro uma linha imaginária
Define o dentro e o fora
Logo surge o único titular
Nem tanto pela habilidade
Mas por trazer àquele local
Algo imprescindível como o ar
Tal como nossa abstrata Terra
O objeto é chamado de bola
Por uma didática analogia
Se o quique é irregular
Isso é o que menos importa
Na base do par ou ímpar
O alvoroço se divide em dois
Os com camisa recuam irritados
Os sem camisa vão ao meio
Na poeira que a correria levanta
Um menino de pouco estudo
Desconhece a rigidez da física
Para ele não há atrito
Domina plenamente a fusão
Músculos, coração, mente
Tudo holisticamente comunicado
A bola jamais lhe é estranha!
Os adversários se atropelam
O craque flutua soberano
A lógica da diagonal é ignorada
De lá para cá, ficam todos
O movimento deveras acelerado
Acalma até que a pequena
Ainda que por breves instantes
Repouse no fundo da rede
Neste momento o cotidiano pára
Mesmo que não ganhe milhões
E não esteja no Maraca lotado
A vida ganha plenitude no GOL!!!
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