2014 está encerrando e tinha tudo para ficar
marcado como o “ano do vexame brasileiro”, pós 7 a 1 para Alemanha na semifinal
da Copa. É lógico que a goleada é histórica e não será esquecida, mas hoje tem
um marco muito mais importante para ser lembrado: o Brasil, o mesmo país que só
pensa em futebol e despreza os outros esportes olímpicos, terminou o Mundial de
Natação de piscina curta no primeiro lugar geral com dez medalhas, sendo sete de
ouro. Para quem achava que a natação brasileira se resumia a César Cielo (mais
uma vez ele fez sua parte com um ouro individual, além da participação em dois
revezamentos dourados e dois bronzes), saiba que nós temos uma equipe cada vez
mais homogênea e vitoriosa. Tanto que dos sete ouros, três vieram dos
revezamentos. Se toda grande conquista, tem que ter nomes, heróis, protagonistas,
a façanha de Doha tem dois: Felipe França e Etiene Medeiros. França que vem se
firmando a cada ano que passa, participou dos três revezamentos vitoriosos do
Brasil e ainda ultrapassou todos os seus adversários no 50m e 100m peito.
Agora, a grande revelação, o novo xodó brasileiro é Etiene Medeiros, responsável
pela primeira medalha da mulher brasileira num Mundial de piscina curta.
Demorou, mas veio com pacote completo: ouro com direito a recorde mundial do
50m costas. Precisa falar mais alguma coisa? É lógico que para o Rio-2016 é
outra história... Lá a piscina é de 50m e aí parece que vira outro esporte, mas
não deixa de ser um sinal que o Brasil está mergulhado na melhor geração que já
tivemos. Por falar em recorde, quem também fez história hoje foi o meu
Palmeiras. Tornou o time com a menor quantidade de pontos (míseros 40) a conseguir
permanecer na Série A. Sem comentários. Vexame em campo, sucesso nas piscinas...
Água para lavar a alma de alegria e orgulho dos esportistas olímpicos
brasileiros.
domingo, 7 de dezembro de 2014
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
Não é Outro 7 a 1!
A derrota por quase 30 pontos
para a Sérvia dói, mas não pode ser analisada isoladamente. É triste saber que
uma das gerações mais talentosas do basquete brasileiro perdeu, provavelmente, a
última grande oportunidade de conquistar uma medalha em Mundial e/ou Olimpíadas
– tenha talvez uma chance derradeira no Rio-2016, mas acredito que esse grupo
já vai estar na descendente. E, dessa vez, o sonho de medalha era realmente
possível. O pior foi, ao final da partida, ver a relação do resultado de hoje
com o vexame da goleada para a Alemanha na semifinal da Copa. A comparação é
muito superficial e injusta. São situações completamente distintas. Diferentemente
do 7 a 1 do futebol brasileiro, que realmente foi um grito de “pára tudo e
vamos recomeçar”, a eliminação por um placar tão elástico do basquete
brasileiro não pode ser encarada como se o trabalho não estivesse sido bem
feito. Vou dividir a minha análise em dois momentos: o jogo de hoje em si e o
basquete brasileiro como um todo. Da derrota para a Sérvia acho que quatro
fatores foram responsáveis pelo resultado: 1) A vitória contra a Argentina,
ainda mais por uma diferença de 20 pontos, deixou inevitavelmente a equipe “mais
relaxada”. 2) Acho terrível enfrentar no mata-mata uma equipe da qual já
ganhamos na primeira fase da mesma competição. Pode dar a falsa sensação de que
o resultado já está garantido. 3) Por mais que o Brasil terminou a primeira
fase com apenas uma derrota e ganhou bem da Argentina, todos sabiam que o
terrível “apagão” da nossa seleção continuava por aí e que se ele resolvesse aparecer
num jogo eliminatório poderia ser fatal. 4) Verdade seja dita, a Sérvia teve
uma jornada impecável. Mesmo antes do nosso “apagão”, eles estavam na frente e
dificilmente não sairiam hoje da quadra com a vitória. Em relação ao basquete
brasileiro, acredito que seguimos num processo de retomada depois de ter
chegado ao fundo do poço. Muito se fala que o Brasil afundou depois de não
conseguir a vaga para três Olimpíadas seguidas (Sidney-00, Athenas-04 e
Pequim-08). Isso não foi a causa e sim a consequência. Acho que o grande buraco
no basquete brasileiro vem dos tempos de Oscar e Marcel, que consolidaram uma
cultura individualista no nosso basquete. Paralelo a isso, o contexto
geopolítico não ajudou: a separação da União Soviética e da Iugoslávia
transformou duas potências da bola laranja em cinco ou seis – ganhar uma
medalha hoje é muito mais difícil do que há 30 anos. Conseguir enfrentar todas
essas adversidades numa única geração é uma missão quase impossível. Assim,
acho que o grande mérito da geração de Huertas, Nenê, Splitter, Varejão, entre
outros, é não ter deixado que o basquete brasileiro acabasse e, ao mesmo tempo,
foi o grupo que abriu verdadeiramente as portas da NBA e da Europa para nossos
talentos. Não estou falando que eles foram sacrificados e não têm culpa de nada.
Cometeram seus erros também, mas a verdade é que deram a volta por cima.
Acredito que todo esse processo de retomada do basquete brasileiro está
chegando ao limite: ou chega os primeiros grandes resultados para sustentar as
mudanças que ainda precisam ser feitas ou vamos paralisar neste patamar mediano.
Eu acredito que o basquete brasileiro
ainda vai fazer muita gente sorrir, mas algumas coisas precisam ser feitas. A
primeira é consolidar o NBB. A competição nacional cresce a cada ano.
Conseguimos “repatriar” grandes jogadores como Alex, Marquinhos, Hettsheimeir e
bons estrangeiros vêm desembarcando ano, após ano. Resultado disso é que, ao
contrário da seleção, equipes brasileiras, como Flamengo, Pinheiros e Brasília,
voltaram a ganhar competições internacionais. Juntando tudo isso à Liga de
Desenvolvimento, acredito que podemos voltar a ter um consistente processo de
formação de atletas – é na quantidade que brilha a qualidade. A segunda, e
talvez a mais importante, é fazer uma transição muito bem feita na seleção
entre a geração de Huertas, Nenê Splitter e Varejão com a dos promissores
Raulzinho, Bruno Caboclo, Lucas Bebê e Augusto Lima. Neste ponto, acredito que
o Magnano continua a ser a pessoa mais indicada a liderar esse delicado
momento. Ainda faltam alguns degraus (a derrota de hoje vai doer por um bom
tempo), mas é visível a mudança de postura do Brasil desde a chegada do
argentino campeão olímpico. Enfim, a derrota de hoje é cruel, mas existe um
alicerce por baixo que precisa ser mantido. Já no 7 a 1 não sobrou muita coisa
em pé....
domingo, 7 de setembro de 2014
Dia da Independência
Eu pressentia que a “freguesia” contra a
Argentina terminaria hoje. Só não sabia que o “Grito da Independência” viria
tão arrebatador com uma vitória por 20 pontos. Além de anular o “carrasco”
Scola, o Brasil teve paciência para saber jogar atrás por todo o primeiro tempo
da partida. Uma conquista como essa é coletiva, mas se todo fato histórico tem
que ter um protagonista o de hoje atende por Raulzinho, que de “inho” não teve
nada - hoje ele calou a todos os críticos, inclusive eu, que acreditavam que ele não deveria estar no Mundial. Sorte que o Magnano foi teimoso. E o mais importante foi a frase do craque ao final do jogo: “Não viemos para o Mundial para ganhar da Argentina”.
Ou seja, é sempre muito bom ganhar dos Hermanos, passa a ser um marco para essa
geração, mas o real objetivo ainda não foi atingido: a medalha. O próximo passo
agora é contra a Sérvia. O fato de ter ganhado na primeira fase não torna a
tarefa mais fácil, muito pelo contrário. Pode dar a falsa impressão de que a
partida já está garantida. É outra história. Que os nossos guerreiros entrem
focados como entraram hoje e aí sim a disputa pela medalha vai ser um sonho
real. Depois de tudo que essa geração percorreu acho que estão todos prontos
para a “Grande Jornada”, aquela competição que vai marca-los para sempre. Vamos
que vamos. Enfim, um 7 de Setembro para realmente comemorar!
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
De novo a Argentina
O Brasil fez tudo o que se esperava dele na
primeira fase do Mundial de Basquete: saiu apenas com a esperada derrota para a
favorita Espanha, garantiu o segundo lugar da chave e a certeza de enfrentar
novamente os donos da casa apenas numa eventual semifinal. O roteiro só não foi
perfeito porque protagonizamos um dramalhão no primeiro quarto contra a Espanha
e verdadeiro filme de terror no terceiro quarto contra a Sérvia. Queimar o
filme assim nos jogos eliminatórios pode ser fatal. Apesar de o
Brasil ter feito a sua parte, as próximas cenas prometem suspense absoluto.
Tudo porque, outra vez, temos a Argentina no nosso caminho. Já perdemos para os
hermanos no último Mundial e na última Olimpíada, imagina agora que o Papa é argentino...
Chega a dar calafrio! É verdade que dessa vez eles vêm sem Ginóbili, a geração
de ouro da Argentina já vem na natural descendente, etc. Mas é fato que o Scola
vai estar em quadra e, contra nós, ele normalmente joga por uns três. Até dá
para acreditar que dessa vez, depois de muitos anos, temos um pequeno
favoritismo contra os nossos vizinhos, mas não dá para bobear nem por um segundo. Pelo
sim, pelo não, é melhor começar secar desde já os argentinos. Todos que você
conheça, menos o Magnano. Ao nosso técnico toda vibração positiva para que ele
esteja num dia inspirado. Que venha logo o domingo e seja o que Deus (afinal
ele é brasileiro) quiser...
sábado, 30 de agosto de 2014
Grande Jogada
O Brasil não precisava ter levado o jogo até
a última bola. O aproveitamento do lance livre continua sofrível, mas, ufa,
ganhou. E venceu justamente a França, atual campeã europeia. É bem verdade que
eles não vieram com Parker e Noah, mas ainda sim são os maiores adversários
brasileiros na busca da segunda colocação do grupo A – acredito que a Espanha é
“all concur” para ser a líder da chave. Agora é fazer o dever de casa contra
Irã e Egito, ir com tudo para cima da Sérvia – se deu contra a França, temos
condições de ganhar dos sérvios também. É lógico que ainda estamos na primeira
rodada da primeira fase e o esporte não é matemática, mas, confirmando as
projeções lógicas, o Brasil iria para a próxima fase com apenas a esperada
derrota para Espanha. O segundo lugar além de garantir, em teoria, um
adversário mais fraco nas oitavas-de-final possibilitaria enfrentar novamente a
temida Espanha já na semifinal – ou seja, pelo menos a disputa pela medalha de
bronze estava garantida. É lógico que tem muita coisa para acontecer, mas no
complexo jogo de xadrez que envolve os chaveamentos do Mundial, o Brasil fez
uma excelente jogada. Agora que já levamos alguns peões e até um bispo, já é
hora de pensar no próximo movimento. Ainda tem o outro bispo, muitos peões,
torres, cavalos, sem falar do Rei e da Rainha, para serem tombados. Continua difícil,
mas essa vitória contra a França mostrou que realmente é possível.
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Sensacionalmente Mayra
Que acompanha um pouco o judô sabe que um dos
maiores desafios do atleta é manter a regularidade. Não basta ser bom, não
basta treinar forte. Nem sempre a medalha olímpica ou de um mundial vai para o
favorito, para o mais preparado. Em uma competição em que tudo é decidido num
único dia, basta não ter acordado bem, ter azar no sorteio, sofrer uma
interpretação equivocada da arbitragem, sem falar das lesões que ameaçam o
tempo e, pronto, adeus à consagração do pódio. Conseguir dominar todos esses
fatores para medalhar uma vez já é bom; por duas, ótimo; por três, maravilhoso; por quatro, fantástico; por cinco vezes ininterruptamente, sensacionalmente sem
palavras. Quem pensa que precisou anos de dedicação e que tal façanha vem
apenas ao final de carreira se engana. Nossa gigante Mayra Aguiar conquistou
tudo isso com apenas 23 anos. Desde 2010, a talentosa gaúcha acumulava três
medalhas em Mundiais (uma prata e dois bronzes) e o bronze olímpico em
Londres-2012. Consistente e regular, Mayra já esteve perto do ouro por
diversas vezes, mas sempre um detalhe a impedia de ir ainda mais longe. Muitas
vezes esse sonho foi interrompido pela norte-americana Kayla Harrisson, atual
campeã olímpica. Dessa vez, o confronto entre as duas foi reservado novamente
para uma semifinal. Mayra entrou no tatame com uma força surpreendente. Hoje
nada, nem a maior rival, impediria Mayra de conquistar a sua quarta medalha
seguida em Mundial, a primeira de ouro. Detalhe que, pós-Olimpíadas, Mayra
passou inclusive por cirurgia. Parabéns por chegar ao lugar que busca há anos.
Que a regularidade já demonstrada persista por muito tempo. Uma guerreira como
você não precisa provar mais nada para ninguém, mas seria muito justo e
merecido que o ouro olímpico que não veio em Londres repouse no seu peito nos
tatames do Rio de Janeiro. Siga em frente e parabéns a essa gaúcha com força de
mulher, mas sorriso de guria.
terça-feira, 22 de julho de 2014
Retrocesso
Quando os alemães calaram o país após a estrondosa (para não dizer desastrosa) goleada de 7 a 1, todos acreditavam que o fundo do poço havia chegado, que não era possível afundar mais. A dor era tremenda, mas ficava a esperança de que o vexame em casa seria um marco zero. Todas as lições seriam duramente aprendidas e o futebol brasileiro renasceria para voltar a ser o melhor do mundo. O caminho mais óbvio era aliar o talento e a criatividade do nosso futebol moleque à modernidade e um olhar diferente de um técnico estrangeiro. Eu iria de Diego Simeone sem pensar. Mas a CBF não aprendeu nada com o duro golpe levado há 15 dias. Em vez de levantar, cicatrizar as feridas e olhar para a frente, os retrógrados dirigentes resolveram deram um passo para trás e foram buscar em Dunga a perpetuação do caos. Sou sempre otimista e acho que todo projeto novo merece um voto de confiança, mas desta vez não dá para ser favorável. Não consigo entender o inexplicável. Não existe renovação alicerçada num passado que já se mostrou errado. Gostaria que o futuro demonstrasse que o meu pessimismo foi exagerado. Voltaria ao blog para pedir desculpas a Dunga e Cia. Mas de imediato fica o profundo inconformismo. Só não estou mais desesperado porque acho que Dunga não chega à Copa de 2018. Resta saber se quando a nova mudança for feita já não vai ser tarde demais!
terça-feira, 8 de julho de 2014
Falar o quê?
Muito se falava do medo de um novo
Maracanazo, de perder para a Argentina na final. Esqueceram que ainda faltava
um jogo, esqueceram que o Brasil se arrastou ao longo de toda a competição, esqueceram
tantas coisas. Depois da saída de Neymar, a maior referência do Brasil passou a
ser Felipão. Todas as esperanças do Hexa passavam pelo “Gaúcho de Bigode”.
Afinal, ele sabia o caminho das pedras. Caminho percorrido com glória em 2002, justamente contra a Alemanha. Estava nas mãos dele fazer duas coisas: motivar o
grupo e fazer uma equipe aguerrida, leia-se defensiva. Ninguém entendeu quando
Felipão convocou Henrique, mas era uma aposta surpresa, a possibilidade de
jogar com três zagueiros. Ou então, tinha a opção de três volantes para minar o
ágil e envolvente meio campo alemão. Enfim, Felipão fugiu de suas
características e quis encarar de igual para igual a Alemanha. Vamos combinar
que semifinal de Copa do Mundo não é dia de fazer testes. Criticar pós-goleada
histórica é fácil, mas acho que faltou humildade ao Felipão, que quis inovar na
hora errada. Disse no último texto que acreditava na vitória do Brasil, desde
que reconhecesse o favoritismo alemão e fosse para a superação. Se não tínhamos
a melhor equipe em campo era no psicológico, no apoio da torcida que podíamos
buscar forças, mas os alemães destruíram, em sete atos, qualquer chance de o
Brasil entrar em campo. Perder para a Alemanha numa semifinal não é vergonha
para ninguém, mas levar a maior goleada da competição é um massacre de difícil
cicatrização. Mas a Copa não acabou. O Brasil tem um honroso terceiro lugar
para disputar no sábado e vale lembrar que se a Copa 2014 acabou, a Copa
2018 está só iniciando. É preciso ter muita calma. Afinal, a maioria dos jogadores que tomaram o susto
hoje em campo é o mesmo grupo que vai seguir representando o Brasil e que tem
tudo para dar o troco daqui a quatro anos – vale lembrar que a vitória alemã de
hoje começou há quatro anos, quando os germânicos levaram um grupo promissor e jovem à Copa da
África. E o ruim é que o pesadelo ainda não acabou. Pior que a goleada de hoje
é ver a Argentina de Messi ser campeã no domingo. Por motivos óbvios, vai ser
difícil torcer para Alemanha daqui para frente. Então, vai Holanda!
sexta-feira, 4 de julho de 2014
Para Neymar
O Brasil venceu a batalha contra a Colômbia,
mas saiu ferido de campo. A perda de Thiago Silva é temporária (apenas um jogo
de suspensão por cartão amarelo) e não preocupa. Aliás, não teria jogo mais
oportuno para a entrada de Dante do que a partida contra a Alemanha. Homem de
referência na zaga do Bayern, Dante conhece profundamente o futebol alemão e
pode ser peça fundamental no xadrez da semifinal. Agora, o que dói na alma é a
contusão de Neymar. Dói porque ele era a referência da equipe, um dos craques
da Copa. Dói porque o lance que o tirou da Copa foi totalmente desnecessário.
Dói porque ele estava aguentando a pressão e, mesmo sem ter ido bem hoje, era
capaz de decidir a nosso favor. Dói porque Neymar é o legítimo representante do
“futebol arte brasileiro”. Só não dói mais porque Willian e Bernard, possíveis
substitutos do camisa 10, também tem a criatividade atrevida, o jeito moleque
que encanta. A necessidade do Brasil se reinventar em tão pouco tempo transfere
todo o favoritismo à Alemanha, mas o que fascina no esporte é justamente a
superação. Por incrível que pareça foi só depois que foi confirmada a contusão
do Neymar é que eu passei a acreditar que o Brasil realmente pode ser campeão. Novamente
acredito no poder motivacional do Felipão para literalmente juntar os cacos e
manter acesa a chama do “Projeto Hexa”. Se não podemos mais ser campeões pelo
Neymar, podemos ser campeões para o Neymar. Justa homenagem que o craque e a
nossa nação merece! Vai Brasil.
sábado, 28 de junho de 2014
Aguenta Coração
Tecnicamente, o Brasil jogou hoje ainda pior
que contra o México. A bola na trave do Chile no final da prorrogação quase
calou uma nação. Conseguir a classificação só no último pênalti não estava nos
planos nem do torcedor mais pessimista. O jogo de hoje teve apenas duas coisas
boas: 1) bem ou mal, avançamos às quartas-de-final. 2) a redenção de Júlio
César. O goleiro brasileiro pode não estar no auge, mas, sem dúvida, é um dos
jogadores mais dedicado, patriota (no bom sentido) e focado. Por tudo que já
fez em campo, Júlio César merece ser lembrado pelo jogo de hoje e não pela
partida contra a Holanda, quatro anos atrás. A redenção do goleiro brasileiro é
uma bonita história de superação, verdadeiro exemplo de nunca desistir.
Voltando ao Brasil não há muito que falar. Pelo que demonstraram até agora
nesta Copa, a Colômbia pode ser considerada a favorita para a partida da
próxima sexta-feira. O Brasil continua dependendo da torcida, dos “Deuses do
Futebol”, dos talentos individuais e de Felipão. É impressionante como ele consegue
manter o grupo focado. Por mais que ele jamais vai assumir isso em público,
Felipão sabe que o Brasil não está entre as melhores seleções da Copa. Mas ele
também sabe que, principalmente no futebol, nem sempre o melhor vence. Assim
como ele fez com o Palmeiras, em 2012, que tirou leite de pedra para se
despedir do clube campeão da Copa do Brasil, Felipão quer repetir a receita
para agora vencer a Copa no Brasil. Vai ser no limite até o fim, mas acho que
passaremos da Colômbia. Analisando friamente, nossos vizinhos merecem até mais
do que nós a classificação, mas a torcida não se guia pela razão. Então prepare-se
para mais um “Salve-se Quem Puder”. Aguenta Coração!
segunda-feira, 23 de junho de 2014
Passamos e agora?
O empate contra o México deixou a torcida
brasileira desconfiada, com muitas dúvidas e incertezas. Algumas questões foram
respondidas hoje na goleada em cima de Camarões (4 a 1), mas vamos combinar que
o jogo contra o lanterna da chave - já desclassificado - não serve muito como
parâmetro. De qualquer forma, vamos começar pelas dúvidas respondidas hoje:
1)
Missão
cumprida – Não foi da forma como a torcida esperava, não teve nenhuma grande
apresentação brasileira, mas o objetivo principal da primeira fase foi
resolvido: Brasil terminou em primeiro do grupo e, de quebra, escapou de
enfrentar logo de cara Holanda ou Espanha.
2)
Neymar
está pronto! – Uma grande dúvida pré-Copa é se Neymar estava preparado para
aguentar a pressão de ser a grande estrela do Brasil. Nossa seleção pode até
não chegar à final, mas o garoto Neymar já mostrou todo o seu potencial na
Copa. Mais do que os quatro gols que o deixam, no momento, como artilheiro da competição,
o nosso camisa 10 está chamando a responsabilidade e está sabendo lidar bem com
a marcação adversária e com a necessidade de ser decisivo.
3)
Gol
de Fred – O artilheiro do Fluminense ainda não fez tudo que se espera de um
camisa 9, mas, pelo menos, balançou as redes para espantar a “urucubaca” e
resgatar um pouquinho da confiança. Neymar está jogando muito, mas nos jogos
decisivos não dá para depender só dele. Ter Fred, assim como o Oscar, com
confiança para dividir essa responsabilidade é fundamental para o sucesso do “Projeto
Hexa”.
4)
Fernandinho,
o novo titular – Deixado o fanatismo de lado, é fato que a Seleção Brasileira
ainda não empolgou e parece que o setor que mais preocupa é o meio-campo. Antes
do início da Copa, Oscar foi eleito pela imprensa como o grande responsável pela
falta de criatividade e objetividade do meio-campo. Depois das boas
apresentações, principalmente contra a Croácia, a sua permanência parece
garantida. O próximo alvo passou a ser Hulk. Entrou Ramires no jogo contra o
México e não funcionou. Hoje, Hulk voltou. Não fez nada de especial, mas também
não prejudicou. Luiz Gustavo é o motor do meio de campo. É inquestionável e, no
momento, praticamente insubstituível – torçamos para que ele não se machuque e
nem tenha problemas com cartões amarelos. A única mudança ficou com Paulinho,
que realmente não vem jogando bem. Depois do que Fernandinho jogou hoje, o que
era possibilidade virou uma realidade. Fernandinho vem para o time titular com
fome de bola.
Agora, a pergunta que não quer calar: O Brasil está pronto para enfrentar qualquer adversário? Pelo sim, pelo não acho bom começar o mata-mata pelo Chile. Com todo respeito ao adversário, mas enfrentar uma equipe sul-americana, em que já estamos mais acostumados a forma de jogar é o que poderia acontecer de melhor para o Brasil. Os Deuses do Futebol já fizeram a sua parte, a torcida está fazendo a dela, agora cabe a seleção fazer a sua!
Agora, a pergunta que não quer calar: O Brasil está pronto para enfrentar qualquer adversário? Pelo sim, pelo não acho bom começar o mata-mata pelo Chile. Com todo respeito ao adversário, mas enfrentar uma equipe sul-americana, em que já estamos mais acostumados a forma de jogar é o que poderia acontecer de melhor para o Brasil. Os Deuses do Futebol já fizeram a sua parte, a torcida está fazendo a dela, agora cabe a seleção fazer a sua!
quarta-feira, 18 de junho de 2014
O Campeão Voltou
O campeão voltou, o campeão voltou... No caso
da Espanha, o campeão voltou para casa, após uma campanha frustrante na Copa. Para
o Brasil foi a melhor coisa que poderia acontecer. É verdade que foi justamente
a gente que iniciou a derrocada da Fúria na final da Copa das Confederações,
mas enfrentar os espanhóis num jogo eliminatório, ainda mais com clima de
revanche, seria muito arriscado. Vai que eles resolvem acordar justamente
contra o Brasil. Se para o projeto Hexa o “adiós” precoce dos atuais campeões é
uma ótima notícia, para o futebol mundial é ruim, muito ruim. É um fim
melancólico de uma geração que encantou o mundo, com uma nova forma de jogar
futebol. A Espanha, assim como o próprio Brasil em outros momentos, não soube
trabalhar bem a transição entre a geração vencedora e a posterior, que teria
todas as condições de continuar brilhando. A frustação que hoje assola os
espanhóis serve de alerta para todos que continuam sonhando com o título. A
Copa é um torneio muito rápido e que não perdoa erros. Por isso é bom o Brasil
realmente ficar em primeiro do grupo. Com todo respeito ao Chile, mas
pegar uma Holanda embalada na próxima fase é demais para o futebol que apresentamos até agora...
terça-feira, 17 de junho de 2014
Vai Defender Assim Lá em Acapulco!
O Brasil não jogou bem, é verdade, mas teria sido
o suficiente para sair com a vitória se todos os Deuses Astecas não tivessem fechado
o gol mexicano: uma defesa difícil vai lá, mas segurar quatro gols feitos, numa
única partida, realmente precisa de uma intervenção divina. Se nas Olimpíadas
ficamos conhecendo, infelizmente da pior maneira, Peralta, hoje foi dia de o
Brasil engolir, a seco, Ochoa. Vai defender assim lá em Acapulco... É lógico
que depois do baile que Holanda e Alemanha deram, respectivamente, em cima de
Espanha e Portugal, adversários muito mais desafiadores que o México, o empate
de hoje não é nada encorajador para o projeto Hexa. Porém, do ponto de vista da
classificação, muda muito pouca coisa: o Brasil continua com plenas condições
de terminar na liderança do grupo A. O empate contra o México não é um desastre
em si até porque aconteceu numa hora que ainda podia, mas escancara duas
coisas: a primeira é que podemos até ser campeões, mas não temos a melhor
equipe - se não fosse o fator casa, com certeza não estaríamos entre os
favoritos deste ano. A segunda é que Hulk, o titular mais contestado (para
muitos não deveria nem ter sido convocado), é peça fundamental para o esquema
tático do Brasil. Hulk pode ter suas limitações técnicas, mas, literalmente, dá
peso e força ao ataque e meio campo do Brasil. Com ele em campo, Neymar e Oscar
podem usar toda a sua agilidade e criatividade, pois tem um guerreiro incansável
para recompor o meio campo e para completar uma jogada no ataque. Espero que o
susto de hoje seja suficiente para cessar as críticas a Hulk. Ele pode não ser
craque, muito menos a estrela da companhia, mas sem dúvida é o carregador de
piano que todo time campeão precisa ter. Volta Hulk!
segunda-feira, 16 de junho de 2014
Splitter Campeão, Chegamos Lá
Podia ser o tri de Miami, a consagração de
LeBron, mas foi dia do Spurs, do espírito de equipe, da genialidade de
Popovich. Entre os múltiplos sotaques – são cinco estrangeiros no San Antonio –
ressoa o português de Splitter, o primeiro brasileiro a se consagrar campeão da
NBA. Quando eu comecei a acompanhar a NBA, ainda no final dos anos 80, a
competição era realmente norte-americana e ter um brasileiro no topo parecia um
sonho inatingível. Alguns estrangeiros se aventuravam pelas terras do Tio Sam,
mas sempre em papéis secundários. Aos poucos isso foi mudando e hoje a NBA é
realmente um campeonato global. Espanhóis, alemães, argentinos, franceses e
muitos outros já sentiram o gostinho de ser campeão, mas para nós, brasileiros,
o máximo que tínhamos atingido era ter chegado à final, primeiro com Varejão e
no ano passado com o próprio Splitter. Faltava o último degrau, agora não falta
nada: o San Antonio Spurs deu um show de estratégia, conjunto. E nesse espírito
coletivo, Splitter, a cada dia que passa, consegue consolidar a sua importância
na rotação do time. É o reconhecimento do gigante Splitter, brasileiro que saiu
cedo para buscar seu espaço na Europa e, quando já estava consagrado por lá, aceitou
o desafio de recomeçar na NBA. Depois de algumas desconfianças, Splitter
manteve o foco. É admirável a sua persistência, garra e humildade. Ao se tornar
o primeiro brasileiro campeão da NBA, Splitter não realizou apenas o seu sonho,
mas o sonho de toda uma nação. Milhares de “basqueteiros de sofá”, que assim
como eu, puderam sair dessa final com um gosto diferente: a festa continua lá
nos EUA, mas tem um pouco de nós. Que esse seja o primeiro de muitos anéis de
um brasileiro da NBA. Agora que já temos um campeão, o próximo sonho é ter um
brasileiro liderando uma equipe da NBA. Hoje parece impossível, mas amanhã,
quem sabe...
quinta-feira, 12 de junho de 2014
Primeiro Teste = Aprovado
Foi só o primeiro jogo, um ótimo início, mas
nada mais do que isso. Ainda temos um mês de bola rolando e é preciso manter a
calma, pois muita coisa ainda vai rolar. Aliás, já na estréia aconteceu quase de tudo: um gol contra, um pênalti duvidoso, uma virada emocionante, dois gols de
Neymar, o brilhantismo de Oscar e a certeza que realmente temos dois paredões
na defesa: Thiago Silva e David Luiz. De tudo que aconteceu em campo hoje, acho
que o mais significativo foi a virada. No futebol, para reconhecer um grupo
vencedor é sempre bom verificar como a equipe se comporta quando sai atrás do
placar. E confesso que tinha certo receio, para não disser medo mesmo, de como nossos
meninos iriam reagir quando, em plena Copa do Mundo em casa, tomássemos um gol
inesperado. Ter essa oportunidade logo no primeiro jogo foi o teste que faltava
para mostrar que o grupo realmente está comprometido. É impressionante como o
Felipão tem a capacidade de unir, motivar, cobrar e, ao mesmo tempo, acalmar seus
jogadores. Por falar em aguentar a pressão, parabéns ao Oscar. Quando a sua
saída do time titular era dada praticamente como certa, Felipão manteve a
coerência e deu mais uma chance para o talento e inteligência do garoto. Ainda
bem: Oscar não só marcou o seu, como participou dos outros dois gols do Brasil.
Enfim, foi, ao mesmo tempo, cérebro e coração da equipe. O primeiro passo foi
muito bem dado, mas já é hora de pensar no próximo. Até porque o México tem
preparado poucas e boas para nós nos
últimos anos...
quarta-feira, 11 de junho de 2014
Pontapé Inicial
À véspera do início da Copa do Mundo parece
que ninguém pode falar de futebol. Torcer para o Hexa então virou caso de
polícia, verdadeira traição nacional. Acho que antes de o Brasil sediar a Copa,
há inúmeras outras prioridades que poderiam ter sido contempladas. Há estádios,
erguidos sob o alicerce do investimento público, que ficarão totalmente subutilizados
pós-Copa. Sei que a chance de aproveitar a Copa com uma função social e até de
melhorar a estrutura do país não foi aproveitada. Sei que o fato de o Mundo
estar olhando para nós neste mês seria uma super chance de realizar grandes
manifestações pacíficas, de plantar sementes de mudança, mas que, infelizmente,
nada será feito – tudo que tiver de protesto terá um viés político por trás. Não sou ingênuo de acreditar que o esporte nunca
foi utilizado politicamente. Foi, é e continuará sendo. Mas eu não faço uso
dessa distorção e não caio na lábia dos que tentam fazer. Para mim, Copa do
Mundo continua sendo dentro de campo, jogo de estratégias, festa de integração,
momento de torcer. Quer torcer contra a seleção brasileira, torça à vontade.
Escolha uma seleção, faça suas apostas. O importante é acompanhar a disputa
sadia que só o esporte proporciona. É impulsionado por essa emoção esportiva que
dou o pontapé inicial na cobertura do blog para a Copa. A partir de agora todos
os próximos textos vão abordar somente o que acontece dentro das quatro
linhas, pois foi exclusivamente para isso que o “Esporte Literário” foi criado.
Em tempo: eu vou continuar torcendo para o Brasil, dentro e fora do campo.
sábado, 31 de maio de 2014
Deu a Lógica
O Paulistano bem que tentou, cheguei até a
acreditar que um mini “Maracanazo” poderia acontecer, mas, no final, deu a
lógica e o Flamengo levantou mais uma taça, a segunda seguida no NBB – em seis
edições, metade ficou com o time carioca, metade com o Brasília. Depois da
derrocada do Brasília, o Flamengo passou a reinar soberano, ainda mais com os
reforços para este ano. Agregando qualidade ao grupo forte que já existia, as contratações estrangeiras do argentino Laprovitola e
do norte-americano Meyinsse transformaram os rubro-negros não apenas nos
melhores do país, mas também do continente – antes da final do NBB, o Flamengo
já fez a festa com a conquista da Liga das Américas. O time carioca é completo
não apenas pelos cinco titulares, mas pelo conjunto como todo. O adversário
neutraliza os alas cestinhas Marquinhos e Marcelinho, sobra o Laprovittola, com
a qualidade e garra argentina. Marca forte fora do garrafão, Olivinha e
Meyinsse chamam a responsabilidade. Quando tudo parece estar sob controle, vem
o Felício com um arremesso surpresa de três. Sem falar do retorno do Benite e
da segurança que Gegê e Shilton passam quando entram em quadra. Tudo sob a
supervisão do competente José Neto. Enfim, todos tentaram, mas ninguém
conseguiu: 2013/2014 é do Flamengo, que vai comemorar este ano inesquecível
jogando contra equipes da NBA. Realmente o time carioca está um nível acima de
todo o restante do país. Bauru está tentando se equiparar e que outras equipes
possam chegar junto (vamos lá Franca), porque quanto mais times com chance de vencer, mas
emocionante fica a coisa.
sábado, 10 de maio de 2014
Continuidade
Bem que eu gostaria que Franca fosse a
surpresa da semifinal do NBB, mas essa honra ficou com o Mogi que eliminou o
favorito Limeira, mesmo jogando fora de casa. Por um instante, Franca chegou a
passar a sensação que protagonizaria nova virada histórica, desta vez contra o
Paulistano – mas duas vezes no mesmo campeonato seria demais. Coube a Franca
novamente ficar no quase, deixando aquele gostinho de que dava para ir mais longe,
mas, ao mesmo tempo, a sensação de dever cumprido, afinal não faltou raça ou empenho. Num
momento de eliminação é preciso ter calma na avaliação. É bom voltar à origem
deste projeto de reformulação do Franca Basquete, que iniciou há duas temporadas
atrás. Na minha primeira análise, dei todo o meu voto de confiança, mas afirmei
que era preciso ter calma, pois os primeiros grandes resultados viriam em três,
quatro temporadas. Ou seja, a derrota de hoje era, de certa forma, já esperada.
É lógico que alguns ajustes para a próxima temporada são necessários, mas acho
que a palavra de ordem da nova presidência do Franca Basquete tem que ser “continuidade”.
Continuidade de Lula e sua comissão técnica, continuidade da base dos
jogadores, continuidade do espírito de raça e superação. Continuidade até do
meu discurso: acho que ainda falta a estrela do time, o cara que vai ser a
referência no ataque – sem esquecer, é claro, da parte defensiva. Acho que a
diretoria tem que se esforçar ao máximo para manter a base: Socas, Léo, Lucas e
Paulão (este, com certeza, o maior acerto desta temporada) só podem sair se
forem desbravar o cenário internacional. Caso contrário, o Pedrocão tem que
continuar sendo o lar de lapidação e amadurecimento do talento dessa garotada. Não
gosto de perder, mas a forma como Franca vendeu caro a sua eliminação mostra
que o projeto está no rumo certo. É preciso reconhecer também que o Paulistano
iniciou esse projeto sólido liderado pelo técnico Gustavo Conti antes da reformulação francana. Assim, era até merecido que eles chegassem lá antes. Agora para 2014/2015 não tem conversa: a
vaga de sensação do campeonato tem que ser da Capital do Basquete. Continuidade do sonho que Franca volte a ser o que nunca deveria ter deixado de ser.
sexta-feira, 18 de abril de 2014
De Virada
Quando o último quarto da partida decisiva entre Uberlândia e Franca
começou, devo confessar que já estava pensando no texto de balanço da temporada
2013/2014 da equipe francana. Sorte que eu não escrevi nenhuma linha, pois teria sido trabalho perdido. Em dez minutos, Lula e seus meninos
protagonizaram aquelas viradas que poucas vezes acontecem, mas que transbordam
a emoção que só uma partida acirrada de basquete pode proporcionar. De repente
não parecia que Uberlândia era o atual vice-campeão do NBB e que era quem
jogava em casa. Não parecia que era do time mineiro os jogadores mais
experientes como Helinho, Valtinho e Robert Day. A cada lance, Franca seguia
sua tentativa de recuperação. Parece que o padrão de jogo que faltou durante
toda a temporada de classificação ficou reservado para esses dez minutos de
partida. A defesa incansável, que foi o grande segredo de Lula e seus meninos
na temporada passada, retornou. No ataque, a consciência de que uma diferença
de dois dígitos leva tempo para ser retirada. Por isso nenhuma bola pode ser
desperdiçada. Franca foi buscar no jogo coletivo a virada. Tanto que essa
vitória não tem um único responsável. O gigante Paulão continuou sendo a
certeza no garrafão, Léo, Jhonatan e Basden fizeram o que se espera de um ala,
Antonio foi a surpresa que veio do banco e foi fundamental para que Uberlândia
não abrisse uma vantagem “irrecuperável”. Sem dúvida uma vitória que enche de
orgulho o torcedor francano, mas o campeonato segue e tudo o que aconteceu hoje
já é passado. O presente se chama Paulistano, que novamente tem a vantagem no
mando de quadra. Por isso é começar guerreiro desde o início e buscar pelo
menos uma vitória nas duas primeiras partidas em São Paulo.
domingo, 23 de março de 2014
Hegemonia Brasileira?
O Flamengo sagrou-se campeão da Liga das
Américas de Basquete, diga-se de passagem, numa final contra o Pinheiros, que
era o atual campeão. A conquista rubro-negra é o segundo título continental
brasileiro nesta temporada, já que o Brasília é o atual campeão sulamericano.
Essa sequência de títulos das equipes brasileiras leva uma reflexão: o Brasil
(deixando sempre os EUA como um universo basquetebolístico a parte) voltou a
ser o melhor da América? Esses títulos poderiam dizer que sim, mas a realidade
da seleção brasileira, que só entrou no Mundial por um convite da Fiba,
demonstra que não. Acho que estes resultados dos clubes brasileiros não revelam uma melhora do basquete nacional, mas sim um pequeno avanço na economia
verde-amarela. Com uma economia um pouco mais estável do que as dos países
vizinhos, conseguimos manter talentos locais como Alex e Giovannoni, no Brasília,
Marquinhos, no Flamengo, e atrair estrangeiros de melhor qualidade – inclusive representantes
sulamericanos como o uruguaio Osimani, do Brasília, e o argentino Laprovittola,
do Flamengo. Já os vizinhos, sobretudo os argentinos, não mantiveram suas principais referências no campeonato interno. Mas, quando o assunto é
seleção, todos voltam, inclusive os da NBA e aí o Tango continua soberano.
Apesar da hegemonia brasileira ser superficial, ainda sim há motivos para
comemorar. O nível técnico do NBB melhorando, inclusive a partir de boas
referências estrangeiras, pode gradativamente reacender o potencial dos
brasileiros. Mantendo esse padrão por alguns anos, aí sim podemos ter um efeito
benéfico para a seleção. Sigo na torcida que o basquete do Brasil volte a ser,
no mínimo, o melhor das Américas. Por ora, deixa os cariocas comemorarem...
sábado, 1 de fevereiro de 2014
Porta Dos Fundos
O Brasil, via convite Fiba, está oficialmente
confirmado no Mundial de Basquete Masculino. Não é a forma mais honrosa de
chegar lá, mas, depois do fracasso em quadra na Copa América, era a única
alternativa. E vamos combinar que, se a Finlândia merece o voto de confiança da
Fiba, o Brasil, como bicampeão mundial, merece muito mais – os outros dois
convidados são Grécia e Turquia. Por trás desse convite existe um investimento
pesado, inclusive financeiro, para garantir a participação brasileira. Então,
ir ao Mundial apenas para falar que foi é pouco, muito pouco. Que Magnano possa
contar com a força máxima e que as derrotas de 2013 seja um marco da virada do
nosso basquete. Independentemente do resultado, eu gostaria que o Brasil fosse
a surpresa da competição. Misturasse as estrelas da NBA com as jovens promessas
do NBB. Se as meninas do nosso Handebol, com muito menos fama e apoio,
conseguiram, por que os marmanjos do basquete não podem voltar com uma medalha? Afinal, entrar pelas Portas dos Fundos é até admissível, mas sair pela Porta
dos Fundos aí é outra história, muito mais grave.
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